Indústria capixaba cresce 2,5% em janeiro e tem primeiro resultado positivo desde setembro

  • Em janeiro, a produção industrial do Brasil cresceu em 13 dos 15 locais pesquisados, o que resultou em uma variação mensal de 0,9% na série com ajuste sazonal. 

  • Este crescimento da indústria nacional se deu de forma disseminada entre as atividades da indústria e 17 das 24 atividades apresentaram alta na passagem de dezembro a janeiro. 

  • Nesta mesma base de comparação a indústria capixaba registrou crescimento de 2,5%, sendo puxado principalmente pelo resultado expressivo da metalurgia (+42,1%).


Ao comparar a produção industrial de janeiro de 2020 com o mesmo mês do ano anterior, as taxas de variação mais baixas dentre os locais pesquisados foram registradas para o Espírito Santo (-20,9%) e para Minas Gerais (-14,2%). No estado capixaba, este resultado negativo não foi generalizado, mas é decorrente de queda intensa nas indústrias extrativas (-40,7%), particularmente, na produção de minérios de ferro pelotizados ou sinterizados, de óleos brutos de petróleo e do gás natural. A fabricação de celulose, papel e produtos de papel, que teve queda de -15,6% no mês de janeiro, também impactou negativamente no resultado da indústria do Espírito Santo.

A evolução do índice de produção industrial do Espírito Santo ainda demonstra em janeiro de 2020 uma continuação do distanciamento do índice nacional, como pode ser observado pela média móvel de 3 meses. Desde janeiro de 2019 a trajetória do índice da indústria nacional apresenta uma tendência de estabilidade. Enquanto a trajetória para o índice da indústria capixaba registra tendência descendente desde de janeiro de 2019, com agravamento a partir do mês de novembro. 

De maneira geral, os resultados da indústria em janeiro de 2020 demonstraram que a produção nacional ainda não havia sido afetada pela epidemia global do covid-19. Nos próximos meses é esperado que esse fato impacte nas atividades industriais dependentes de insumos importados para a produção e naquelas mais atreladas ao comércio internacional, uma vez que deve haver um desaquecimento da demanda externa. 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Vanessa Avanci

Economista, doutora em Economia pela UFF. Analista sênior do Observatório do Ambiente de Negócios, escreve sobre conjuntura econômica e atua realizando estudos e pesquisas sobre a indústria, comércio exterior, produtividade e inovação.