O ES alcançou uma participação de 16% na produção de petróleo nacional em 2016

A indústria tem uma importância significativa para a economia do Espírito Santo e contribui com pouco mais de 30% do Produto Interno Bruto. A retomada do crescimento econômico capixaba está ancorada no bom desenvolvimento do setor industrial.

O principal setor industrial do Espírito Santo é o de extração de Petróleo e Gás (P&G), que responde por 28% do valor de transformação industrial (VTI) capixaba. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Valor da Transformação Industrial (VTI), é o valor da diferença entre o valor bruto da produção industrial e os custos das operações industriais, ele representa uma aproximação ao PIB industrial do setor de transformação da economia.

Em 2006 a produção de petróleo do estado representava 4% do total nacional, em 2016, essa participação subiu para 16%, com 144,2 milhões de barris de petróleo.


O Estado do Espirito Santo é um dos principais produtores de P&G do Brasil, além de possuir uma rede de empresas de bens e serviços de alta qualidade, reconhecida por investidores de diferentes países. O bom desempenho alcançado é fruto do esforço conjunto das empresas e instituições ligadas ao setor de petróleo e gás no Espírito Santo.


Além disso, nesse mesmo ano, o Espírito Santo recebeu, de royalties e participações especiais, aproximadamente, R$ 1,68 bilhão, sendo R$ 1 bilhão destinado ao governo do estado e o restante às prefeituras.

De acordo com a agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)  o royalty é uma compensação financeira devida à União pelas empresas que produzem petróleo e gás natural no território brasileiro, isto permite que elas tenham direito à exploração desses recursos não renováveis por meio desta remuneração (royalty) à sociedade. Segundo a ANP, a participação especial também corresponde a compensações financeiras extraordinárias destas empresas concessionárias de exploração, quando exploram e produzem grandes campos de petróleo ou gás natural. A distribuição das receitas provindas dos royalties e participações especiais se realiza de acordo com a legislação específica.

A utilização destas receitas é diversa e depende de cada estado ou município. Estas receitas podem ser alocadas ou investidas de forma eficiente, como formas de compensações econômicas e sociais e como base econômica do estado. Os estados e os municípios produtores de petróleo são impactados por investimentos na cadeia de produção de forma direta, seja pelo aumento de recursos direcionados para infraestrutura e logística, seja pelo recebimento de royalties e participações especiais.

Nesse contexto, o Sistema FINDES exerce papel central para garantir as condições propícias ao desenvolvimento da indústria capixaba, por meio de ações de defesa e representação dos interesses da indústria e da oferta de serviços e produtos estratégicos às empresas associadas e à sociedade em geral.

A publicação do Anuário da Indústria de Petróleo no Espírito Santo, realizada pelo Sistema FINDES, surge como parte essencial desta estratégia, realizando análise técnica do setor P&G. Este documento contribui para avaliar e evidenciar a importância da indústria de petróleo para o desenvolvimento econômico capixaba, bem como destacar o papel do Espírito Santo na cadeia de valor.  Se apresenta um mapa analítico com dados e informações sobre as oportunidades e os desafios mais relevantes do setor de petróleo até o ano de 2016. O anuário traz perspectivas decorrentes da retomada do programa do governo federal, de concessões da exploração e da produção de petróleo.

Se apresenta uma relevante análise dos principais tópicos que norteiam a indústria de petróleo no estado do Espírito Santo a partir das informações divulgadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Este documento oferece ao leitor acesso a informações precisas sobre o setor de petróleo no Espírito Santo, permitindo, dessa forma, que as empresas pautem não apenas suas decisões de investimentos, como também o desenvolvimento de seus planos de negócios e, servirá de guia para quem planeja investir no Estado.

O documento está dividido em quatro capítulos: (i) Exploração e produção de petróleo no Espirito Santo, (ii) Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação, (iii) Participações Governamentais e Reflexos Econômicos, (iv) Rodadas da ANP e oportunidades para o Espírito Santo.  

O primeiro capítulo refere-se às atividades relacionadas ao segmento de exploração e produção, destacando todas as etapas do processo regulado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, desde o início do processo, a partir das declarações de indícios dos hidrocarbonetos, até a análise das reservas totais, para só então, trazer informações sobre produção e seus processos de extração, classificado como onshore e offshore.

O segundo capítulo trata sobre os investimentos oriundos dos recursos da cláusula de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I). Nesta seção, destaca-se que, embora o Espírito Santo seja o segundo maior produtor de petróleo do país, o estado ocupa apenas a 10ª posição no ranking dos estados que receberam recursos da cláusula PD&I, com apenas 25 projetos autorizados entre 2006 a 2016, que juntos, correspondem a 1,75% do valor total disponível naquele período.

O terceiro capítulo traz informações referentes às participações governamentais, destacando a crescente representatividade dos royalties e participações especiais nas receitas correntes dos municípios e do estado. Este capítulo também apresenta estatísticas de comércio exterior e do mercado de trabalho para os segmentos inseridos na cadeia de petróleo no Espírito Santo. Por fim, no último capítulo, há um breve resumo das rodadas de concessão e exploração do governo federal, conduzidas pela ANP.


Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Nathan Diirr

Graduado em economia pela UFES, mestrando em economia pela mesma universidade. Atua como Gerente de Ambiente de Negócios no Observatório da Indústria. Possui interesses nas áreas de regulação, petróleo e gás natural, infraestrutura e ambiente de negócios.