[ERRATA] ES fecha 18,8 mil postos de emprego de janeiro a abril de 2020

ERRATA: Os saldos de emprego dos municípios do ES, divulgados em 27/05, foram revistos e ajustados no gráfico e texto.

O saldo negativo de postos formais do estado, nos primeiros quatro meses do ano, foi resultado de 94.120 admissões ante 112.942 desligamentos, uma redução de 2,57% no total de empregos formais de janeiro de 2020.

Após três anos seguidos sustentando saldos positivos de criação de emprego celetista, o crescimento, mesmo que lento, do mercado de trabalho capixaba mostrava condições de ser sustentável ao longo do ano de 2020, se não fosse o revés da pandemia de COVID-19.

O estado sustentava saldos positivos de postos formais nos meses de janeiro (+198) e fevereiro (+3.386). Porém, com a pandemia, medidas de isolamento social necessárias foram adotadas a partir de meados de março. Já neste mês, 4.525 vagas de emprego deixaram de existir no estado.

O fechamento ou redução do horário de funcionamento de diversas empresas levou muitas delas a reestruturarem seu quadro de funcionários. No mês de abril, 17.881 postos celetistas foram encerrados no Espírito Santo, mês que concentrou 25% dos desligamentos registrados no ano.

Em abril de 2020, as atividades de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas encerraram o maior número de vagas no estado (-5.260), seguido pelas atividades na indústria de transformação (-3.369), serviços de alojamento e alimentação (-2.317), transporte, armazenagem e correio (-2.182), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-1.988) e construção (-1.333). Todas estas atividades com mais de mil vagas encerradas no mês. A atividade de agropecuária foi a única a registrar saldo positivo de postos formais no mês, abrindo 347 vagas no estado, para além da 1 vaga aberta no setor de serviços domésticos.

Para evitar demissões em massa e manterem seus funcionários, algumas empresas aderiam à Medida Provisória Nº 936, de 01 de abril de 2020, que propôs a suspensão e/ou redução de jornada de trabalho durante a pandemia. No estado, 112.444 empregos estavam sob o regime desta Medida Provisória em abril e maio deste ano, 16% de um estoque de 712.675 empregos, registrado em abril. Possivelmente, sem a adesão à MP, o total de vagas fechadas seria maior, uma vez que, no Brasil, 56% dos empregos mantidos pela MP/936 referem-se a suspensão temporária de jornada.

De janeiro a abril de 2020, o fechamento de 18.822 postos de emprego colocou o estado na décima primeira posição entre as unidades da federação que mais encerraram vagas celetistas. No topo deste ranking estão São Paulo (-227.670), Rio de Janeiro (-125.154) e Minas Gerais (-76.957). Apenas três estados registraram criação de postos formais no período, Acre (+1.403), Mato Grosso do Sul (+734) e Roraima (+135).

Dos municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, apenas Itapemirim abriu mais vagas no acumulado dos quatro primeiros meses do ano (+115). Todos os demais reduziram vagas celetistas, com maior fechamento registrado em municípios da região metropolitana, Vitória (-3.501), Vila Velha (-2.878), Serra (-2.786) e Cariacica (-2.406).

Brasil

Entre os meses de janeiro a maio de 2020, foram fechados 763.232 postos de carteira assinada no Brasil, em um cenário atípico do mercado de trabalho, dado a pandemia de coronavírus. Só no mês de abril 860.503 vagas de trabalho deixaram de existir, pior resultado da série histórica. O saldo também é pior devido à queda nas admissões no período. Os setores que mais reduziram vagas foram comércio (-342.748), serviços (-280.716) e indústria de transformação (-127.953).


A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho divulgou, em 27 de maio de 2020, os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), referente a movimentação do mercado de trabalho formal dos meses de janeiro a abril de 2020. A comunicação ocorre depois de três meses sem a divulgação dos dados do CAGED, justificada pela migração do CAGED para o eSocial e por necessidade de ajustes de inconsistência em declarações.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Suiani Febroni

Economista graduada na UFES e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Foi analista de pesquisas e ciências de dados na Oppen Social. Possui experiência em manipulação e análise de dados e indicadores, análises quantitativas e em temas relacionados à atividade econômica, mercado de trabalho e educação.