Em agosto, Pnad Covid19 aponta retorno gradual ao trabalho e aumento da desocupação no ES

O retorno gradual às atividades devido à flexibilização de medidas de restrição para o combate à pandemia da Covid-19 foi captado pela pesquisa mensal da Pnad-Covid19 em seu quarto mês de divulgação.

No Espírito Santo, o percentual de população afastada do trabalho devido ao distanciamento social vem apresentando queda progressiva. Se, em maio, 14,5% dos ocupados estavam afastados por conta da pandemia, em agosto este percentual caiu para 4,4%. Em maio, cerca de 258 mil pessoas estavam afastadas, em agosto foram cerca de 76 mil, uma queda de 70,7% no total de afastados devido à pandemia. No Brasil, esta queda foi de 73,6%.

Também reduziu em 80,9%, de maio para agosto, o total de ocupados afastados do trabalho sem remuneração, devido ao distanciamento social. Ainda assim, em agosto, 31 mil pessoas estavam nesta situação no estado.

Ainda entre os ocupados, indicadores de remuneração e de horas trabalhadas também refletem o retorno gradual ao dia a dia do trabalho no Espírito Santo. Em maio, a remuneração efetivamente recebida no mês equivalia a 81,0% da média da remuneração que normalmente era recebida, já em agosto houve uma aproximação destes dois valores, com a média da remuneração efetivamente recebida passando a equivaler a 88,7% da remuneração normalmente recebida. A carga horária de trabalho efetivamente trabalhada também aumentou, aproximando-se da normalmente trabalhada. Em maio, 27,5% dos ocupados no Espírito Santo trabalharam menos horas que o habitual, já em agosto este percentual caiu para 21,5%.

Para além daqueles que estão retornando gradualmente às atividades ocupacionais, a pesquisa estimou que o total de ocupados no Espírito Santo reduziu 7,8% de maio para agosto. A queda da ocupação foi mais intensa entre os ocupados informais. De maio para agosto houve redução de 7,8% dos ocupados informais, enquanto entre os ocupados formais esta redução foi menor, de 1,7%.

Também no estado, de julho para agosto, reduziu em 8,7% o total de pessoas que não procuraram trabalho por conta da pandemia ou por falta de trabalho na localidade.

Com a queda da ocupação e o retorno progressivo da população à busca de trabalho, a taxa de desocupação do estado cresceu, saindo de 9,6% em maio e passando a 12,6% em agosto. No estado foram 247 mil pessoas desocupadas em agosto, alta de 31% em relação a maio.

Para o Brasil, também houve aumento da desocupação, com a taxa saindo de 10,7% em maio e chegando a 13,6% em agosto. No Brasil a taxa de desocupação entre os jovens de 14 a 29 anos foi ainda maior, de 23,3% em agosto.

OUTROS INDICADORES DA PESQUISA PARA O ES:

Distanciamento Social: de julho para agosto, reduziu de 23,4% para 19,8% o percentual de pessoas que informaram estar rigorosamente isolados, na semana anterior à entrevista.

Itens de limpeza e proteção: em agosto, 99,7% dos domicílios tinham a presença de itens básicos de limpeza como sabão e detergente, 99,3% tinham máscaras e 96,7% tinham álcool 70% ou superior (em gel ou líquido).

Atividades escolares: de julho para agosto, aumentou de 81,5% para 88,2% o percentual da população matriculada em escola ou faculdade que informaram ter atividades escolares disponibilizadas pela instituição, na semana anterior à entrevista. Para 56,3% deles, a frequência de dias dedicados à estas atividades foram de cinco dias na semana, e para 18,9% de três dias.

Empréstimo financeiro: dos domicílios capixabas, 5,5% teve algum morador que solicitou empréstimo (76 mil domicílios) durante o período da pandemia. Aumento de 11,8% no total de domicílios que solicitou até julho.


Demais indicadores podem ser consultados na Nota Conjuntural da Pnad Covid19.

    A pesquisa também estimou a progressiva queda no total de pessoas que apresentaram algum dos sintomas gripais associados à Covid-19. Com redução de 52,4% em relação a maio, quando 474 mil capixabas apresentaram algum dos sintomas.

A Nota Conjuntural mensal Pnad Covid19 reporta os principais resultados para o Espírito Santo da Pesquisa Pnad-Covid19 realizada pelo IBGE. A pesquisa estima o número de pessoas com sintomas associados à síndrome gripal e monitorar os impactos da pandemia da Covid-19 no mercado de trabalho.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Suiani Febroni

Economista graduada na UFES e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Possui experiência em manipulação e análise de dados e indicadores, análises quantitativas e em temas relacionados à atividade econômica, mercado de trabalho e educação.