Após dois anos de queda, mercado de crédito nacional e capixaba crescem acima de 5,0% em 2018

Os últimos dados divulgados pelo Banco Central, referentes ao mês de dezembro, mostraram a evolução positiva do mercado de crédito nacional ao final de 2018, representando um ano de recuperação.

O saldo total da carteira de crédito no país alcançou R$ 3,26 trilhões, um crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior, após as taxas negativas registradas em 2017 (-0,5%) e 2016 (-3,5%). O resultado total foi bastante influenciado pela recuperação dos níveis do crédito livre, que cresceu 11,2% em 2018. O saldo do crédito direcionado, por sua vez, contabilizou o terceiro ano seguido de contração, caindo -0,6%, mas acelerando em relação às quedas anteriores de 2017 (-2,8%) e 2016 (-2,1%).

No caso do Espírito Santo, as estatísticas de crédito também mostraram crescimento nos saldos em 2018. A carteira total fechou o ano em R$ 49,4 bilhões, subindo 5,2% após dois anos de queda.

O crédito para pessoas físicas totalizou R$ 29,3 bilhões, avançando 5,9% no ano, e o crédito para pessoas jurídicas voltou a crescer em 4,4%, após três anos de queda, alcançando o saldo de R$ 20,1 bilhões.


Os dados de 2018 também se mostraram positivos em relação às taxas de juros do mercado nacional de crédito, consolidando uma nova queda anual. A taxa de juros média total para o Brasil teve redução de -2,4 p.p., finalizando 2018 no patamar de 23,3% a.a.

O movimento de queda nas taxas de juros se refletiu no comportamento do spread bancário, que também registrou o segundo ano seguido de reduções. O spread médio total das operações de crédito no país foi de 17,0% a.a. em 2018, queda de -1,9 p.p. em comparação a 2017.

Outra boa notícia no mercado de crédito em 2018 foi a consistente trajetória de queda das taxas de inadimplência, como já vinha acontecendo desde a segunda metade de 2017, e que agora atingiram seu menor nível desde 2015. Em âmbito nacional a taxa de inadimplência fechou o ano em 2,87%, se aproximando do menor resultado já registrado, que foi de 2,73% em dezembro de 2014. A inadimplência para o Espírito Santo ficou em 3,10% ao final do último ano, melhor resultado desde junho de 2015, quando a taxa foi de 2,98%. Em relação a 2017, a inadimplência estadual registrou uma queda de -0,54 p.p.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Rodrigo Taveira

Economista (UFES) e Mestre em Administração Pública e Governo (FGV-SP). Atua como Analista de Estudos e Pesquisa Sênior na Gerência de Estudos Econômicos, com foco em estudos sobre conjuntura econômica, finanças públicas e crédito.