Atividade econômica do Espírito Santo cresce 1,1% no 1º trimestre de 2021

Resultados estimados pelo IAE-Findes

PUBLICADO EM 14 Jun 2021

O 1º trimestre de 2021 se caracterizou, em grande parte, por uma maior flexibilização das medidas de combate à pandemia da Covid-19 junto à adoção de protocolos de segurança e pelo início da vacinação contra a Covid-19. A partir da segunda quinzena de março, com o agravamento da pandemia em todo o país, houve o endurecimento das restrições, cujos impactos não se mostraram expressivos no trimestre. No Espírito Santo, a ampliação de restrições da atividade econômica foi implementada a partir de 18 de março e intensificada entre os dias 28 de março e 4 de abril de 2021. Apesar disso, possíveis impactos não se mostraram expressivos no 1º trimestre, com a economia capixaba crescendo 1,1% frente ao 4º trimestre de 2020 e apresentando leve alta de 0,2% ante ao 1º trimestre de 2020.

Tanto a economia capixaba quanto a brasileira retomaram o nível de atividade econômica observado antes pandemia da Covid-19 (4º trimestre de 2019)1.

Resultado do 1º trimestre de 2021 contra o 4º trimestre de 2020:

A atividade econômica capixaba cresceu 1,1% frente ao 4º trimestre de 2020, na série livre de sazonalidade, impulsionada pela alta de 2,5% do setor de serviços que representa 54,2% da economia capixaba2.

A indústria capixaba apresentou leve alta de 0,2% no 1º trimestre do ano, favorecida pelos bons desempenhos da indústria de transformação (3,0%) e da construção (5,4%), apesar do recuo de 3,5% das indústrias extrativas. Já o setor de agropecuária do estado apresentou retração de 3,4% frente ao 4º trimestre de 2020.

Nesta base de comparação, o PIB do Brasil apresentou crescimento de 1,2%, com alta disseminada em todos os grandes setores da atividade econômica. O maior impacto foi do setor de serviços que, apesar do crescimento reduzido (0,4%) em relação à agropecuária (5,7%), representa 63% da economia nacional3.

Resultado do1º trimestre de 2021 contra o 1º trimestre de 2020:

As estimativas do IAE-Findes mostram que a atividade econômica capixaba apresentou leve alta de 0,2% ante ao 1º trimestre de 2020, mantendo-se praticamente estável frente ao primeiro trimestre do ano passado, quando ainda eram incipientes os efeitos da pandemia. Nesta comparação, o Brasil cresceu 1,0%.

O avanço de 2,3% do setor de serviços foi determinante para manter o resultado positivo da economia capixaba nesta base de comparação. O destaque do setor foi a expansão de 8,1% do comércio.

O setor industrial, apesar da retração de 4,4% frente ao primeiro trimestre do ano anterior - explicada principalmente pelo recuo da indústria extrativa (-26,9%), se destacou pelo crescimento de 15,7% da indústria de transformação e de 29,1% da construção. O avanço da indústria de transformação é explicado pelo bom desempenho das atividades de fabricação de celulose, papel e produtos de papel, de fabricação de minerais não-metálicos e de metalurgia.

Já a indústria da construção capixaba, que vem de uma base de comparação deprimida no 1º trimestre de 2020, cresceu 29,1% influenciada pela redução da taxa de juros, pela expansão das concessões de crédito imobiliário e pela elevada demanda, sobretudo pelos projetos residenciais.

Em contrapartida, o setor de agropecuária do Espírito Santo retraiu 7,7% ante ao 1º trimestre de 2020, influenciado por recuos na pecuária e na agricultura.

Para o Brasil, o crescimento de 1,0% do PIB frente ao 1º trimestre de 2020 foi impactado, em maior medida, pelo setor da indústria (3,0%), que responde pela segunda maior participação no PIB (17,7%)3, seguido pelo impacto positivo da agropecuária, ao crescer 5,2%. Entre os três grandes setores da atividade econômica do país, o setor de agropecuária responde pela menor participação no PIB (5,9%)3. Em contrapartida, o setor de serviços recuou 0,8% devido à retração em outras atividades de serviços e pela administração pública, que foram determinantes para o recuo do setor, apesar da alta do comércio (3,5%).

Baixe aqui o Relatório do IAE-Findes para resultados setoriais mais detalhados.

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(1) O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (CODACE/FGV) datou o 1º trimestre de 2020 como o início da recessão relacionada à pandemia da Covid-19, medido pelo PIB trimestral do Brasil.

(2) Participação do setor no PIB do estado, segundo SCR/IBGE, 2018.

(3) Participação do setor no PIB do país, segundo o SCNT/IBGE, 2020.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Suiani Febroni

Economista graduada na UFES e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Possui experiência em manipulação e análise de dados e indicadores, análises quantitativas e em temas relacionados à atividade econômica, mercado de trabalho e educação.