BIC de janeiro destaca as pressões inflacionárias sobre o consumidor e o produtor em 2021 e as expectativas para 2022
O que motivou o aumento da inflação sentida por consumidores e produtores em 2021? A Carta de Abertura traz as análises das principais influências da pandemia e das crises energéticas sobre o aumento dos preços
Confira abaixo trechos da Carta de Abertura da edição de janeiro do Boletim da Indústria Capixaba:
A dinâmica da pandemia de Covid-19 e seus impactos econômicos observados alteraram o padrão de consumo global e geraram gargalos nas cadeias produtivas e de suprimentos no mundo. Os choques de oferta (com a redução da produção industrial em 2020), o distanciamento social, a redução da mobilidade e os obstáculos logísticos no comércio mundial, somados aos impulsos na demanda por conta dos programas governamentais de sustentação da renda, resultaram em pressões inflacionárias em diversos setores na economia nos últimos dois anos. Acrescenta-se a esse cenário os efeitos inflacionários da crise energética mundial.
No Brasil, as pressões inflacionárias, primeiramente concentradas na indústria e no agronegócio, começaram a se espalhar para o varejo, chegando aos preços tomados pelo consumidor. A inflação ao consumidor no país ficou na casa de dois dígitos em 2021, atingindo 10,06% de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE), algo que não acontecia desde 2015, quando aumentou 10,67%. Para o produtor, as pressões inflacionárias ao longo de 2021 foram ainda mais intensas. Apesar da desaceleração da inflação ao produtor (IPA/FGV) de 31,6% em 2020 para 20,6% em 2021, os empresários brasileiros conviveram com altas significativas nos preços dos bens intermediários. Além disso, ainda enfrentaram a falta e a alta dos custos dos insumos, a elevação das cotações das commodities e a depreciação da taxa câmbio.
Essa maior pressão inflacionária foi puxada pelo aumento da energia elétrica (crise hídrica e acionamento das termoelétricas) e pelo aumento dos combustíveis fósseis, que acompanharam a evolução dos preços das commodities energéticas (petróleo, gás natural e carvão). Por conta da situação hidro energética brasileira, os preços dos alimentos também foram impactados.
Para 2022, a expectativa de mercado é de uma inflação menor, mas ainda fora da meta. O mercado também projeta uma taxa Selic de 11,75% para o próximo ano e uma taxa de crescimento do PIB de 0,29%. Com a alta dos juros, o Banco Central espera não perder a ancoragem das expectativas dos agentes em torno da evolução dos preços da economia. Cabe destacar que este ano será marcado pelas incertezas das eleições e pela continuidade do enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Clique aqui e confira a análise completa da Carta de Abertura.
Outros assuntos discutidos nas seções da edição de janeiro são:
- O crescimento de 9,1% na produção física da indústria capixaba até novembro de 2021, influenciado pelo avanço de 22,8% da indústria de transformação, ao passo que a indústria extrativa recuou -12,3% no período.
- As atividades de extração de minerais metálicos e de petróleo e gás natural destaques nos valores das exportações, que cresceram 191,5% e 90,8%, respectivamente, até novembro.
- A desaceleração da inflação da indústria extrativa nacional, motivada pela redução da cotação do minério de ferro, apesar do IPP da atividade extrativa registrar aumento de 29,2% até novembro.
- Destaque do setor industrial no mercado de trabalho formal do Espírito Santo, ao responder por 19,5% do total das vagas criadas no estado no período.
- Os impactos do atual aumento de número de casos provocados pela covid-19 sobre a indústria capixaba, em especial o afastamento temporários dos funcionários.
Clique aqui e confira a públicação completa do primeiro Boletim da Indústria Capixaba de 2022.
26 Jan
Boletim da Indústria Capixaba | BIC (jan2022) |
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Jordana Teatini
Economista pela UFJF, mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisa na Gerência de Estudos Econômicos, realizando análises conjunturais e pesquisas com foco nas áreas de Economia Industrial e Inovação.