BIC de maio ressalta a discussão global sobre energia e apresenta a inciativa da Findes para o planejamento estratégico do setor no ES

A Carta de Abertura aborda a necessidade de um planejamento energético para o Espírito Santo, tendo em vista a importância do setor de energia para a indústria e a atual discussão internacional sobre os desafios climáticos. Confira abaixo trechos dessa Carta.

PUBLICADO EM 27 Mai 2022

A economia ancora suas bases na disponibilidade de energia desde a Revolução Industrial, condicionando o desenvolvimento econômico e social de todas as regiões. Mas, diante da necessidade de zerar as emissões líquidas de gás carbônico (CO2) para limitar a elevação da temperatura média global a 1,5ºC até 2050, a forma como a energia é disponibilizada precisará ser transformada desde a sua geração até o seu consumo final.

A matriz energética mundial tem predomínio de fontes não-renováveis (86,2% em 2018), como o carvão, petróleo e o gás natural. Como desdobramento desta composição, o setor de energia é o maior responsável pelas emissões totais de CO2 no mundo (61% em 2020). Realidade que acaba não sendo compatível com as atuais necessidades de zerar as emissões líquidas de gás carbônico.

Diante deste contexto climático, o setor de energia precisará fazer uma transição energética para uma matriz descarbonizada e com maior participação de fontes limpas. O Brasil, em relação a emissão de CO2, está em uma situação um pouco mais cômoda do que à média mundial. As fontes não renováveis responderam por 53,9% da oferta interna bruta do país em 2019. Já no Espírito Santo, a matriz energética está em uma posição, em termos de emissões de CO2, melhor que a média mundial (61%), mas atrás da brasileira (18,2%): respondeu por 32,4% das emissões brutas de gás carbônico estaduais em 2020, maior parcela entre os setores no estado.

Neste contexto de necessidade de se pensar no futuro do setor, solucionar gargalhos atuais e de se descarbonizar, a Findes iniciou a elaboração de um planejamento estratégico de longo prazo para o setor de energia intitulado “Rota Estratégica para o Futuro da Indústria do Espírito Santo – Energia 2035”, no âmbito do projeto Indústria 2035.

Acrescente-se que a Rota Estratégica de Energia se somará às outras iniciativas existentes no Espírito Santo para além do setor de energia, como o “Plano Estadual de Mudanças Climáticas” (PEMC) e o “Plano de Neutralização de Gases de Efeito Estufa do Espírito Santo”.

Portanto, independentemente da localização geográfica e do peso nas emissões de CO2, os desafios climáticos impõem que todo o setor de energia torne a sua matriz limpa e descarbonizada nos próximos 30 anos. Fato que exigirá avanços na fronteira tecnológica da cadeia energética e esforços conjuntos de política pública e privada.

  • Clique aqui e confira a íntegra da Carta de Abertura e o Boletim da Indústria Capixaba completo.

Outros pontos destacados na publicação do BIC de maio são:  

  • A produção industrial capixaba acumula alta de 1,6% no trimestre na análise interanual, a nível nacional, o setor recua -4,5%.
  • A produção da indústria de transformação capixaba cresceu 7,5% no período. Já a indústria extrativa contraiu -10,8%, motivada pela menor extração de petróleo e gás natural, ao passo que a pelotização do minério de ferro aumentou, segundo dados da Vale S.A.
  • No comércio exterior da indústria, a valorização dos preços internacionais das commodities segue favorecendo o valor exportado pelo estado, mas também pressionam as importações.
  • Também motivada por esses aumentos de preços no mercado externo, a inflação na indústria nacional registrou alta de 4,9% no trimestre.

Clique aqui e confira a públicação completa do Boletim da Indústria Capixaba de maio de 2022.

 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Jordana Teatini

Economista pela UFJF, mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisa na Gerência de Estudos Econômicos, realizando análises conjunturais e pesquisas com foco nas áreas de Economia Industrial e Inovação.