BIC de março traz os principais acontecimentos no mês das políticas monetária e fiscal do país

Em março, anúncios das políticas monetária e fiscal viraram destaques econômicos nos meios de comunicação.

PUBLICADO EM 31 Mar 2023

Em meados do mês, o Copom comunicou a manutenção em 13,75% a.a. da taxa básica de juros da economia. Considerada pelos representantes do setor produtivo como um elevado patamar, a taxa Selic nesse valor torna-se um entrave à atividade econômica, bem como desestimula o investimento pelo setor industrial.

O Copom argumentou que desde a última reunião, o cenário externo se deteriorou e a política monetária nas economias centrais segue avançando em trajetória contracionista.  Em relação ao cenário interno, o Comitê ressaltou que a inflação ao consumidor segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação

Além dessas justificativas, as incertezas quanto ao andamento do novo arcabouço fiscal do país – e a trajetória da dívida pública –, até então desconhecido pela sociedade, eram um dos motivos apresentados para que a taxa de juros se mantivesse naquele patamar.

Na última semana do mês, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, anunciaram em coletiva de imprensa quais são os principais pontos propostos pelo atual governo para o novo arcabouço fiscal, em substituição ao Teto de Gastos vigente. Em suma, o novo arcabouço limita o crescimento das despesas da União em 70% da receita primária do ano anterior (até a elaboração da PLOA); estipula que o crescimento real também deverá seguir um novo teto de gastos a partir de um intervalo entre 0,6% e 2,5% e propõe uma meta com bandas de tolerância para o alcance do resultado primário a cada ano desse governo. 

O texto base do arcabouço deverá ser entregue ao Congresso na primeira semana de abril, o qual passará por análises e votações.

Clique aqui e confira com mais detalhes as análises sobre a decisão do Copom e o anúncio da proposta do novo arcabouço fiscal.

 

Além desses dois assuntos conjunturais, apresentados em Boxes especiais, a Carta de Abertura do BIC destaca a importância do planejamento estratégico para o setor de energia do Espírito Santo, abordando a transição energética do estado. Fruto de um trabalho coletivo que envolveu 127 especialistas, esse planejamento propõe uma visão de futuro do setor de energia capixaba e busca refletir o seguinte caminho para estado nos próximos 12 anos:

  • ser referência global em eficiência e segurança energética, com uma matriz diversificada, aproveitando os recursos locais, gerando competitividade com responsabilidade socioambiental.

 

Veja também os destaques das análises dos indicadores conjunturais da indústria apresentados na edição do BIC de março

  • IBGE apresenta resultado da indústria baseado no novo ajuste metodológico: produção física da indústria nacional registrou leve recuo de -0,3% em janeiro de 2023 frente a dezembro de 2022.
  • Em janeiro de 2023, as indústrias capixabas exportaram US$ 543,7 milhões, patamar 2,3% abaixo do verificado no mesmo mês de 2022.
  • As exportações da indústria extrativa totalizaram US$ 234,8 milhões, alta de 3,0% na comparação com o comercializado em janeiro do 2022.
  • O preço do minério de ferro subiu 10,9% na passagem de dezembro para janeiro.
  • A inflação na indústria extrativa nacional cresceu 9,26% em janeiro, patamar acima do indicador geral (0,29%).

 

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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Jordana Teatini

Economista pela UFJF, mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisa na Gerência de Estudos Econômicos, realizando análises conjunturais e pesquisas com foco nas áreas de Economia Industrial e Inovação.