BIC de setembro aborda o aumento de custos do setor da construção e seus efeitos econômicos
A Carta de Abertuda da edição de setembro apresenta uma retrospectiva dos acontecimentos econômicos que provocaram o aumento de preços na economia, dando destaque para o setor da construção. Confira a seguir o resumo da análise da Carta e clique aqui para acessar o texto na íntegra.
Decorrente de fatores internos e externos à economia brasileira, desde 2021, mais especificamente, o setor da construção vem convivendo com elevação nos custos de produção. O desafio do aumento dos custos do setor se estendeu para 2022 em razão da disseminação e persistência do quadro inflacionário. Devido à política de contenção do espalhamento da Covid-19 na China, que vem provocando a abertura e o fechamento temporários das regiões produtoras no país, e à guerra na Ucrânia que pressionou os preços das commodities, entre elas as metálicas, os preços dos insumos do setor da construção continuaram em alta ao longo do ano.
Atualmente, no Brasil, as expectativas inflacionárias estão passando por um processo de reajuste para baixo, após medidas adotadas para mitigar o aumento dos preços. No entanto, setorialmente, os preços seguem pressionando os custos da indústria da construção. Até julho de 2022, o INCC variou 11,59% nos últimos 12 meses. Apesar da desaceleração da taxa de inflação em relação à 2021, o nível de preços no setor está estagnado em patamar muito elevado.
Esse aumento de preços de insumos no setor da construção tem diversos impactos, desde pequenas obras domésticas, passando pela construção civil e atingindo também as obras pesadas de infraestrutura.
Em especial na execução de obras públicas, cujos contratos possuem características de mais longo prazo, o aumento persistente de preços tem sido uma preocupação recorrente, uma vez que as execuções dos empreendimentos podem ficar comprometidas em razão dos desalinhamentos entre os preços inicialmente orçados e os praticados atualmente nos mercados nacionais e internacionais.
Portanto, considerando a importância econômico-social do setor, o aumento de preços dos materiais e insumos produtivos dos últimos dois anos preocupa. O maior risco de desaquecimento da indústria da construção, por sua vez, acabaria por gerar menos empregos e uma menor atividade econômica, dado a extensão da sua cadeia produtiva e seus efeitos para a economia.
Fique por dentro das análises dos indicadores conjunturais da indústria analisados na edição do BIC de setembro:
• A produção industrial do Espírito Santo recuou -2,3% no acumulado do ano até julho, puxada pela indústria extrativa (-16,7%).
•Do lado das altas, a indústria de transformação cresceu 4,7% até julho, frente ao mesmo período do ano passado.
•Pressionada pelo aumento do valor das importações, a balança comercial da indústria capixaba ficou deficitária em US$ 317 milhões nos sete primeiros meses do ano.
•Seguindo a tendência do aumento de preços das commodities no ano e precificadas em moeda nacional, inflação da indústria brasileira avançou 11,46% até julho.
•Após os picos no 1º trimestre do ano das cotações das principais commodities industriais exportadas pelo ES, em julho, os preços internacionais desses produtos permaneceram em trajetória de queda, apesar de ainda superiores aos praticados nos meses antes da pandemia.
Clique aqui e confira a públicação completa do Boletim da Indústria Capixaba de setembro de 2022.
Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Jordana Teatini
Economista pela UFJF, mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisa na Gerência de Estudos Econômicos, realizando análises conjunturais e pesquisas com foco nas áreas de Economia Industrial e Inovação.