Emprego formal cresce 7,2% no ES, após criação de 52.377 postos em 2021
No Espírito Santo, o mercado de trabalho formal registrou saldo positivo de 52.377 vagas em 2021, consequência da movimentação entre 407.980 admitidos e 355.603 desligados no período. Esse resultado representa um aumento de 7,20% no estoque de emprego formal, isto é, no total de vínculos de trabalho, em relação ao registrado no final de 2020, totalizando 780.062 postos.
Para o Brasil, no acumulado de 2021, foram criados 2.730.597 postos celetistas. Dessa forma, o estoque de empregos formais aumentou em 7,08% em relação ao final de 2020, encerrando o ano com cerca de 41,3 milhões de vínculos formais. Em 2021, a criação de vagas foi observada em todas as 27 unidades da federação. São Paulo puxou a abertura de vagas no país ao registrar saldo positivo de 814.035 empregos, seguido por Minas Gerais (+305.182), Rio de Janeiro (+178.098) e Paraná (+172.636). O Espírito Santo ocupou a 14ª posição entre os estados que mais criaram vagas no acumulado de janeiro a dezembro de 2021.
Ocupações
No Espírito Santo, a ocupação de vendedor do comércio varejista encerrou o ano com o maior número de vagas criadas (+3.617) em 2021. Completam a lista das cinco ocupações que mais criação postos em 2021 auxiliar de escritório, em geral (+3.272), faxineiro (+3.256), alimentador de linha de produção (+2.336) e assistente administrativo (+2.241). Por outro lado, entre as ocupações com mais postos encerrados em 2021 no estado, estão as ocupações de cobrador de transportes coletivos, com o maior saldo negativo de postos formais, com 987 postos fechados, seguida por porteiro de edifício (-381) e motorista de ônibus urbano (-370).
Análise setorial
O crescimento expressivo de 52.377 postos no Espírito Santo no acumulado em 2021 foi impulsionado pelos resultados dos setores de serviços (+22.549) e comércio (+15.095), não obstante, também foi observado abertura de novas vagas na indústria (+8.799), construção (+4.624) e agropecuária (+1,071). Assim, a criação de emprego no estado tem ocorrido de forma disseminada entre as atividades econômicas.
Quanto à variação do total do emprego em relação ao final de 2020, a construção foi o setor de maior variação no ano (+9,87%). Os demais setores também apresentaram crescimento do emprego com as seguintes variações: comércio (+7,79%); serviços (+6,91%), indústria geral (+6,89%) e agropecuária (+3,61%). Como mostra o gráfico acima, em 2020 os setores de serviços e agropecuária perderam postos em 2020, 5.956 e 791 vagas, respectivamente. Porém, com a criação de vagas em 2021, os postos perdidos em 2020 foram recuperados em ambos setores.
Na indústria geral, o resultado foi muito influenciado pela indústria da transformação, que detém cerca de 86% do total do emprego do setor. A indústria da transformação abriu 8.799 novos postos em 2021, o que representa crescimento de 7,78% no total de empregos em relação ao final de 2020, ano em que o setor teve um menor crescimento de 2,75%. Neste mesmo ano, entre as 23 atividades da indústria da transformação 14 apresentaram fechamento de postos, sendo que a atividade de confecção de artigos de vestuário e acessórios teve a maior perda de vagas, com saldo negativo de 1.008 postos, os quais foram recuperados em 2021, após criação de 1.060 novos empregos. Ainda em 2020, a atividade de preparação de couros também encerrou vagas significativamente (-464), as quais ainda não foram recuperadas em 2021, quando apenas 47 novas vagas foram criadas.
Em 2021, 19 das 23 atividades da indústria da transformação abriram vagas formais. Entre elas, as maiores criações de emprego foram registradas em fabricação de produtos de minerais não-metálicos (+2.750) e de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+1.874). Ambas atividades já haviam registrado saldo positivo em 2020, expandindo ainda mais o emprego em 2021. Em relação à variação no total de empregos formais em comparação a dezembro de 2020, as atividades que mais ampliaram emprego em 2021 foram as de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+18,25%), fabricação de produtos diversos (+15,69%) e fabricação de bebidas (+15,11%).
Para os demais setores as atividades que mais contribuíram para o saldo positivo em 2021 foram:
Serviços:
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Atividades administrativas e serviços complementares (+6.543);
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Saúde humana e serviços sociais (+4.351);
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Alojamento e alimentação (+2.250);
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Transporte armazenagem e correio (+1.918).
Comércio:
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Comércio varejista de material de construção (+1.603);
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Comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo (+1.221);
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Comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria e cosméticos (+1.219).
Construção:
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Serviços especializados para construção (+2.834);
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Construção de edifícios (+1.261).
Agropecuária:
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Apoio à produção florestal (+275);
-
Apoio à produção florestal (+218).
Municípios do ES
No acumulado em 2021, 24 dos 25 municípios com mais de 30 mil habitantes no Espírito Santo abriram vagas formais. Conceição da Barra foi o único municípios que fechou postos em 2021 (-121). Os destaques no ano em criação de empregos foram Serra (+9.499), Vitória (+7.281) e Vila Velha (+5.930). Nestes três municípios, o setor de serviços foi o principal responsável pela criação de empregos, contribuindo com 4.271 vagas em Serra, 4.858 postos em Vitória e 2.351 postos em Vila Velha. As atividades administrativas e serviços complementares foram os serviços que mais contrataram em 2021 nos municípios de Serra (+2.311) e Vitória (+1.269). Já em Vila Velha, foram os serviços de saúde humana e serviços sociais que mais empregaram em 2021 no município (+753).
Para mais informações sobre a movimentação do mercado de trabalho do ES, leia a Nota Conjuntural do Caged e conheça o Painel interativo do Mercado de Trabalho no Observatório da Indústria. No painel, faça suas próprias análise no tópico de Movimentação do Emprego Formal.
07 Fev
notas conjunturais | caged-es (jan/2022) |
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).