ES cria 3 mil postos com carteira assinada em março de 2022

O ministério do Trabalho e Previdência divulgou na quinta-feira (28/04/2022) as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de março de 2022.

PUBLICADO EM 29 Abr 2022

A movimentação do mercado de trabalho formal capixaba em março de 2022 resultou num saldo positivo de 2.957 vagas formais de acordo com os dados do Novo Caged. Esse resultado é a diferença entre os admitidos, que somaram 38.622, e os desligados, que totalizaram 35.665.

Trata-se do terceiro mês consecutivo de abertura de empregos formais no estado, que acumula de janeiro a março criação de 13.481 vagas com carteira assinada.

Com esse saldo, o Espírito Santo totalizou 787.283 vínculos formais de trabalho, o que representa aumento de 0,38% em relação ao total de empregos registrados no mês de fevereiro e de 1,74% na comparação com o total de postos formais do final de 2021.

O Brasil registrou, em março, abertura de 136.189 postos formais. Com isso, o saldo de contratações no acumulado em 2022 ficou positivo em 615.173. O estoque de postos formais no Brasil totalizou 41,3 milhões em março de 2022, 0,33% a mais que em fevereiro e 1,51% superior ao registrado no final de 2021.

Análise setorial

O saldo positivo de 2.957 vagas no Espírito Santo foi puxado pelos setores de serviços (+1.672), indústria (+1.172) e construção (+716), enquanto o comércio (-592) e agropecuária (-11) fecharam postos no mês.

O setor de serviços vem se destacando, sobretudo, devido as vagas criadas nas atividades de educação (+443), atividades administrativas e serviços complementares (+414) e atividades profissionais, científicas e técnicas (+301).

Por sua vez, a indústria da transformação, a qual concentra cerca de 86% do total de empregos da indústria capixaba, abriu 1.125 vagas no mês de março. No setor, apenas cinco das 23 atividades da indústria da transformação encerraram vagas no mês, com maiores retrações em fabricação de móveis (-89) e fabricação de produtos de madeira (-38). Por outro lado, as atividades que mais contrataram em março foram:

  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+431);

  • Fabricação de produtos alimentícios (+203);

  • Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+123);

  • Fabricação de produtos de minerais não-metálicos (+112). 

Municípios do ES

Entre os 25 municípios capixabas com mais de 25 mil habitantes, 14 deles registraram abertura de vagas celetistas em março de 2022. Os municípios que mais contrataram no mês foram Vila Velha (+540), Vitória (+507) e Aracruz (+384). Em Vila Velha, o setor que mais motivou essa abertura de vagas foi o de serviços (+584). Serviços também foi o setor que mais contribuiu para o saldo positivo em Vitória, com 299 vagas, que foi beneficiado também pela construção (+298). Já em Aracruz, a indústria (+336) foi o setor que mais abriu vagas de emprego formal no município. 

Em contrapartida, Guarapari (-178), Santa Maria de Jetibá (-94) e Linhares (-88) foram os municípios que mais fecharam postos em março. 

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.



Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).