ES cria cerca de 8 mil novas vagas com carteira assinada em setembro
O ministério do Trabalho e Previdência divulgou na quarta-feira (26/10/2022) as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de setembro de 2022.
De acordo com os dados do Novo Caged, o mercado de trabalho formal do Espírito Santo criou 7.947 postos formais de trabalho em setembro de 2022. Esse saldo foi resultado da diferença entre os admitidos, que somaram 40.899, e os desligados, que totalizaram 32.952.
Com o resultado positivo de setembro, o estado acumulou a abertura de 44.397 postos celetistas, uma ampliação de 5,81% no total do emprego formal registrado no estado em 2021.
Nacionalmente, o mercado de trabalho formal do país registrou abertura de 278.085 vagas com carteira assinada em setembro. Com isso, o saldo acumulado de postos em 2022, no Brasil, ficou positivo em 2.147.600.
Análise setorial
A criação de cerca de 8 mil empregos formais no mercado de trabalho capixaba foi impulsionada pela abertura de vagas em quatro dos cinco grandes setores de atividade econômica. O destaque foi, mais uma vez, o setor de serviços, que abriu 3.236 postos, seguido por comércio (+2.046), construção (+1.783) e Indústria (+974). Por sua vez, a agropecuária reduziu empregos formais no mês (-92).
O setor de serviços foi beneficiado, principalmente, pelas vagas abertas nas atividades administrativas e serviços complementares (+944), transporte, armazenagem e correio (+792) e atividades profissionais, científicas e técnicas (+494). No mês, o comércio registrou o segundo maior saldo de criação de vagas no ano, ficando atrás apenas do mês de maio, quando 2.155 vagas foram abertas no setor, no estado. Em setembro, o destaque foram as vagas abertas em hipermercados e supermercados (+306).
Por sua vez, o setor industrial foi impactado positivamente pelas atividades da indústria da transformação, que juntas criaram 932 novos postos de trabalho formal no mês. As atividades da indústria da transformação que se destacaram no mês foram manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+444), e fabricação de produtos de metal (+222).
Já na construção, a atividade de obras em infraestrutura (+1.008) influenciou positivamente o resultado do setor.
Quanto a agropecuária, o fechamento de postos no setor se deveu, principalmente, aos serviços de preparação de terreno, cultivo e colheita (-58) e às atividades de apoio à agricultura (-97).
Municípios dos ES
Entre os 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, 20 deles apresentaram saldo positivo de empregos formais em setembro. Os maiores saldos foram observados em Serra (+2.206), Aracruz (+1.167) e Vitória (+1.112).
Nos municípios de Serra e Aracruz, o setor da construção foi o que mais impulsionou as novas vagas em setembro, criando 837 e 588 novos postos, respectivamente. Já em Vitória, o setor de serviços foi o que mais abriu vagas formais (+670), principalmente, nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+532).
Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).