ES registra 4,3 mil novos empregos formais em março de 2021
No dia 28 de abril de 2021, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho divulgou as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de março de 2021.
O mês de março foi marcado pela intensificação da pandemia da Covid-19 e de medidas mais restritivas para seu controle. No Espírito Santo, medidas mais rígidas foram impostas pela quarentena que durou de 28 de março a 4 de abril, com a proibição do funcionamento de atividades consideradas não essenciais e a interrupção do transporte público. O impacto destas medidas - necessárias para contenção da nova onda da pandemia da Covid-19, sobre o mercado de trabalho formal deve ser sentido com maior intensidade em abril, uma vez que foram poucos os dias de março com restrições mais rígidas.
A movimentação do mercado de trabalho formal capixaba em março foi positiva, com a criação de 4.306 novos postos no mês, totalizando 15.969 novas vagas de janeiro a março. Para o Brasil, o saldo de admitidos menos desligados também foi positivo com abertura de 184.140 novos empregos, totalizando cerca de 837,1 mil empregos no acumulado do ano.
Para o Espírito Santo, o saldo positivo representou uma ampliação do total de empregos de 0,57% em relação a fevereiro e de 2,15% em relação ao total de empregos registrados no final de 2020 pelo Novo Caged. Para o Brasil estes percentuais foram de respectivos de 0,46% e de 2,13%.
No acumulado do ano, Santa Catarina foi o estado com maior crescimento no total de empregos formais (4,03%), seguido por Mato Grosso (3,94%) e Goiás (3,19%). De janeiro a março, houve redução no estoque de postos formais apenas em Alagoas (-2,70%) e Sergipe (-0,22%).
Análise setorial
Para o Espírito Santo, todos os grandes setores de atividade econômica apresentaram resultado positivo em março, com abertura de novas vagas na indústria (+1.721), nos serviços (+1.597), na construção (+627), na agropecuária (+243) e no comércio (+118).
Na indústria, o destaque foi a indústria de transformação com 1.653 novas contratações em março. A indústria de transformação vem apresentando resultados positivos desde junho de 2020, com baixas apenas em dezembro em função da sazonalidade. É o setor com maior crescimento no emprego formal. De janeiro a março, o setor ampliou em 4,96% seus postos em relação ao final de 2020.
Em março, das vinte e três atividades da indústria de transformação, dezoito apresentaram resultados positivos no mês, com as seguintes atividades apresentando saldos positivos superiores a cem novos postos:
- Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+403)
- Fabricação de produtos de minerais não-metálicos (+378)
- Confecção de artigos de vestuário e acessórios (+225)
- Fabricação de máquinas e equipamentos (+113)
- Fabricação de produtos de metal (+106)
- Fabricação de móveis (+103)
Nos serviços, as atividades com maiores números de novas contratações foram as de saúde e serviços sociais (+882), atividades administrativas e de serviços complementares (+733) e educação (+403). As atividades com mais postos de emprego formal encerradas no mês foram de associações de defesa de direitos sociais (-539) e as de alojamento e alimentação (-481).
Para o Brasil, todos os grandes setores de atividade econômica apresentaram criação de postos formais no mês: serviços (+95.553), indústria (+42.150), construção (+25.020), comércio (+17.986) e agropecuária (+3.535).
Municípios do ES
Em março, vinte dos vinte e cinco municípios com mais de 30 mil habitantes no Espírito Santo registraram saldo positivo de postos formais. Serra foi o município com maior número de postos abertos (+1.504), seguido por Cachoeiro de Itapemirim (+363) e Vila Velha (+347). Em Serra, o crescimento do emprego foi favorecido pelos setores de construção (+551), serviços (+528) e indústria (+343). Em Cachoeiro de Itapemirim foram os setores de indústria (+191) e serviços (+121) que impulsionaram a ampliação de vagas. Já em Vila Velha, os setores de serviços ampliaram mais vagas no município (+403). Fecharam mais vagas no mês o município de Guarapari (-68), com maior intensidade nas atividades de comércio (-109) e Conceição da Barra (-33), com predominante encerramento de vagas na indústria (-18).
Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.
Nota: O Novo Caged capta as movimentações do emprego formal a partir de janeiro de 2020 em substituição ao Caged. Em comparações temporais as diferenças metodológicas entre a série nova e a antiga devem ser ressaltadas. Mais informações no quadro abaixo do painel.
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Suiani Febroni
Economista graduada na UFES e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Possui experiência em manipulação e análise de dados e indicadores, análises quantitativas e em temas relacionados à atividade econômica, mercado de trabalho e educação.