ES registra 7,4 mil novos empregos com carteira assinada em maio de 2021

No dia 1º de julho de 2021, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho divulgou as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de maio de 2021.

PUBLICADO EM 01 Jul 2021

O mês de maio foi marcado pela flexibilização das medidas mais restritivas para controle da pandemia da Covid-19, impostas com maior rigor entre 28 de março e 4 de abril, com a proibição do funcionamento de atividades consideradas não essenciais e a interrupção do transporte público. Assim, foram criadas, em maio, 7.441 novas vagas formais no Espírito Santo, resultado de 33.369 admissões ante 25.928 desligamentos. Esse saldo representou uma ampliação do total de empregos de 0,98% em relação a abril e de 3,24% em relação ao total de empregos registrados no final de 2020. 

No Brasil foram criados 280.666 postos formais de trabalho. Essa é a diferença entre os admitidos, que totalizaram 1.548.715 e os desligados, que contabilizaram 1.268.049. Com isso, no acumulado de janeiro a maio de 2021, o país apresentou crescimento de 3,13% do total do emprego formal em relação ao registrado em dezembro 2020.

O resultado positivo para o Brasil no mês de maio decorre da criação de postos formais em todas as 27 unidades da federação. O estado do São Paulo registrou a maior abertura de postos formais (+104.707), seguido por Minas Gerais (+32.009) e Rio de Janeiro (17.610).

Análise setorial

No Espírito Santo, todos os cinco grandes setores de atividade econômica apresentaram resultado positivo em maio, com abertura de novas vagas nos serviços (+2.322), no comércio (+1.882), na agropecuária (+1.418), na indústria (+1.370) e na construção (+449).

No setor de serviços, as atividades com maiores números de novas contratações foram as de atenção à saúde humana (+677), educação (+272), teleatendimento (+256) e serviços de escritório e apoio administrativo (+255). O comércio foi favorecido pela criação de vagas no comércio atacadista de produtos alimentícios (+245) e em hipermercados e supermercados (+181).

Em maio, as novas contratações na agropecuária foram motivadas, principalmente, pelo período de colheita de café, atividade agrícola de maior participação no Espírito Santo. Assim, o cultivo do café (+591) e as atividades de apoio à agricultura (+469) impulsionaram essa criação de postos formais.

Na indústria, o resultado positivo foi principalmente influenciado pela abertura de 1.254 vagas na indústria da transformação, com geração de empregos em 14 das 23 atividades.

Os maiores saldos positivos foram observados em:

  • Fabricação de produtos alimentícios (+327);

  • Fabricação de produtos minerais não-metálicos (+287);

  • Fabricação de máquinas e equipamentos (+204);

  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+203).

Para o Brasil, todos os grandes setores de atividade econômica apresentaram criação de postos formais no mês: serviços (+110.956), comércio (+60.480), indústria (+44.146), agropecuária (+42.526) e construção (+22.611).

Municípios do ES

Em maio, todos os 25 municípios com mais de 30 mil habitantes no Espírito Santo registraram saldo positivo de postos formais. Serra foi o município com maior número de postos abertos (+1.351), seguido por Vitória (+1.013) e Itapemirim (+730).

Em Serra, contribuíram para o saldo positivo a criação de postos formais no setor de serviços (+779), sobretudo as atividades de atenção à saúde humana (+201) e as atividades de vigilância, segurança e investigação (+194). Os serviços também apresentaram uma das maiores criações de vagas em Vitória, com 601 novas contratações, principalmente nas atividades de teleatendimento (+196) e atividades de limpeza (+177). Já em Itapemirim, a indústria (+282), especialmente a fabricação de produtos alimentícios (+246), e o comércio, sobretudo o comércio atacadista de produtos alimentícios (+249), foram os setores que mais criaram novas vagas de trabalho formal.

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.


Nota: O Novo Caged capta as movimentações do emprego formal a partir de janeiro de 2020 em substituição ao Caged. Em comparações temporais as diferenças metodológicas entre a série nova e a antiga devem ser ressaltadas. Mais informações no quadro abaixo do painel.


Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).