ES registra abertura de 15,9 mil empregos formais nos três primeiros meses de 2021

PUBLICADO EM 04 Mai 2021

No acumulado do primeiro trimestre de 2021 o mercado de trabalho formal do Espírito Santo criou 15.969 postos formais. Essa é a diferença entre as contratações, que somaram 97.378, e as demissões, que totalizaram 81.409. Com o saldo positivo em 2021, o Espírito Santo ampliou o total de empregos em 2,15% em relação ao total de empregos registrados no final de 2020, totalizando 757.472 vínculos de emprego formal.

Para o Brasil, o mercado formal de trabalho registrou, nos três primeiros meses do ano, abertura de 837.074 postos formais. No período, foram registradas 4.940.568 admissões e 4.103.494 desligamentos. Esse saldo representou uma ampliação de 2,13% no total de empregos frente a 2020, com total de 40,2 milhões de postos. 

O desempenho positivo do mercado de trabalho no Brasil em 2021 decorreu da abertura de vagas em 24 das 27 unidades da federação. Os maiores saldos foram observados em São Paulo (+253.460), Minas Gerais (+108.109) e Santa Catarina (+87.127). Nessa lista, o Espírito Santo foi o 11º estado com maior abertura de emprego em 2021.

Análise setorial

No Espírito Santo, todos os cinco grandes setores de atividade econômica registraram abertura de postos formais no acumulado dos três primeiros meses do ano: serviços (+6.698), indústria (+5.925), construção (+1.525), comércio (+1.481) e agropecuária (+340).

O setor de serviços, responsável por cerca de 44% do total de emprego no estado, abriu o maior número de vagas em 2021, com saldo positivo de 6.698 postos formais. As atividades do setor que mais impulsionaram essa abertura de vagas em 2021 foram as atividades de atenção à saúde humana (+2.086), atividades ligadas à educação (+1.233), serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços prestados às empresas (+817), atividades profissionais, científicas e técnicas (+815).

A indústria geral teve seu resultado positivo impulsionado pela criação de 5.628 vagas na indústria da transformação nos três primeiros meses de 2021, assim, o emprego no setor ampliou 4,96% seus empregos em relação a 2020. 

Em 2021, 21 das 23 atividades da indústria da transformação apresentaram saldo positivo de postos formais. Destas, o maior número de novas vagas abertas foi observadas em: 

  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+1.433);

  • Fabricação de produtos de minerais não metálicos (+1.185);

  • Confecção de artigos de vestuário e acessórios (+701);

  • Fabricação de produtos alimentícios (+431).

Para o Brasil, os cinco grandes setores da economia registraram abertura de postos celetistas em 2021. A maior abertura de empregos foi serviços (+341.246), seguido por indústria geral (+227.627), construção (+113.312), comércio (+94.623) e agropecuária (+60.575).

Municípios do ES

No acumulado em 2021, 22 dos 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes registraram saldo positivo de postos formais. As maiores criações de novas vagas foram registradas em Serra (+3.378), Vitória (+1.793), Aracruz (+1.466) e Linhares (+1.415). Em Serra, os setores de serviços (+1.233) e construção (+999) impulsionaram o saldo positivo de postos formais no município. O setor de serviços também foi o que mais abriu vagas em Vitória, com criação de 1.463 novas vagas. Já nos municípios de Aracruz e Linhares, a indústria foi responsável pelo maior número de contratações no ano, abrindo 1.112 e 689 postos formais, respectivamente.

Por outro lado, Conceição da Barra (-285), Guarapari (-123) e Marataízes (-80) fecharam postos formais no acumulado dos três primeiros meses de 2021.

Mais informações sobre a movimentação do mercado de trabalho formal do ES podem ser consultadas na Nota Conjuntural do Caged.

 

Nota: O Novo Caged capta as movimentações do emprego formal a partir de janeiro de 2020 em substituição ao Caged. Em comparações temporais as diferenças metodológicas entre a série nova e a antiga devem ser ressaltadas.


Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.


 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).