ES registra abertura de 30 mil empregos formais no primeiro semestre de 2021
De janeiro a junho de 2021, o Brasil acumulou criação de 1.536.717 vagas formais. No período, foram registradas 9.588.085 admissões ante 8.051.368 desligamentos. Esse saldo representou uma ampliação do total de empregos formais de 3,90% em relação ao final de 2020 no Brasil.
O resultado positivo em 2021 foi observado em 26 das 27 unidades da federação. O estado do São Paulo registrou a maior abertura de postos formais (+491.021), seguido por Minas Gerais (+185.578) e Santa Catarina (+126.111).
O Espírito Santo foi o 12º estado que mais gerou novos empregos no primeiro semestre de 2021, com criação de 30.042 vagas com carteira assinada. Esse resultado decorreu de 190.701 admissões e 160.659 desligamentos. Com as novas contratações no ano o Espírito Santo ampliou o estoque de emprego formal, isto é, o total de vínculos de trabalho formais, em 4,05% em relação ao total de empregos registrados no final de 2020, totalizando 771.545 postos formais.
Análise setorial
O desempenho positivo do mercado de trabalho formal do Espírito Santo em 2021 contou com a abertura de vagas com carteira assinada em todos os cinco grandes setores de atividade econômica no acumulado dos seis primeiros meses do ano. As atividades de serviços lideraram a criação de postos formais no ano, com abertura de 12.539 vagas, seguido por indústria (+8.310) - que compreende indústrias da transformação, indústrias extrativas, energia e saneamento -, comércio (+4.348), construção (+2.582) e agropecuária (+2.263).
O setor de serviços, que mais emprega no estado com 44,4% dos empregos formais, teve seu crescimento expressivo do emprego beneficiado pela criação de novas vagas nas atividades de atenção à saúde humana (+4.226), serviços de escritório e de apoio administrativo (+1.844), atividades ligadas à educação (+1.797) e atividades profissionais científicas e técnicas (+1.337).
A indústria teve seu saldo positivo maioritariamente influenciado pelo resultado da indústria da transformação, que detém atualmente 85,7% do total do empregos na indústria geral. A indústria da transformação criou 8.115 vagas formais no ano, ampliando em 7,15% o total de empregos formais em comparação ao final de 2020.
Essa criação foi motivada pelas novas contratações em:
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Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+2.229);
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Fabricação de produtos de minerais não metálicos (+1.996);
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Fabricação de produtos de metal (+707);
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Confecção de artigos de vestuário e acessórios (+611).
No Brasil, houve abertura de vagas nos cinco grandes setores da economia no acumulado de janeiro a junho de 2021, com destaque para o setor de serviços, com abertura de 631.613 postos formais. Nesse período também contrataram: indústria (+340.237), comércio (+234.209), construção (+178.606) e agropecuária (+152.496).
Municípios do ES
No primeiro semestre de 2021, todos os 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes registraram saldo positivo de postos formais. O município com maior número de postos formais criados no ano foi Serra, com abertura de 6.100 vagas celetistas, seguido por Vitória (+3.773), Aracruz (+2.511) e Linhares (+2.464).
Serra foi beneficiada com as novas contratações nos serviços ligados à saúde humana e serviços sociais (+870) e de seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra (+733). Saúde humana e serviços sociais também foi a atividade que mais gerou novos empregos no município de Vitória, com criação de 1.365 vagas com carteira assinada, seguido por serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços prestados às empresas (+958). Nos municípios de Aracruz e Linhares, a indústria da transformação foi responsável pelo maior número de contratações no acumulado do ano de 2021, abrindo 1.459 e 844 postos formais, respectivamente.
Ocupações
Entre as ocupações que mais abriram postos formais no acumulado em 2021 no Espírito Santo, destaca-se a ocupação auxiliar de escritório, com 2.142 vagas abertas em 2021. Na sequência, assistente administrativo (+1.394), motorista de caminhão (+1.378), alimentador de linha de produção (+1.335) e técnico de enfermagem (+1.162) foram as ocupações que abriram mais de mil novas vagas em 2021 no estado.
Em contrapartida, a ocupação cobrador de transportes coletivos foi a que mais fechou postos formais no Espírito Santo, com saldo negativo de 610 vagas. Operador de Caixa (-462), motorista de ônibus urbano (-285) e atendente de lanchonete (-223) também encerrou postos no ano.
Nota: O Novo Caged capta as movimentações do emprego formal a partir de janeiro de 2020 em substituição ao Caged. Em comparações temporais as diferenças metodológicas entre a série nova e a antiga devem ser ressaltadas.
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
04 Ago
notas conjunturais | caged-es (jul/2021) |
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).