ES registra criação de 752 novos postos formais de trabalho em abril de 2021
No dia 26 de maio de 2021, a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho divulgou as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de abril de 2021.
No mês de abril houve intensificação das medidas mais restritivas para controle da pandemia da Covid-19. No Espírito Santo, o mês se iniciou com a quarentena que durou de 28 de março a 4 de abril, com a proibição do funcionamento de atividades consideradas não essenciais e a interrupção do transporte público. Ainda assim, os dados do Novo Caged apontam que houve criação de 752 novos postos formais de trabalho, resultado de 25.100 admissões contra 24.348 desligamentos. Em relação aos meses anteriores do ano, abril registrou o menor o número de desligamentos, queda de 19,3% em relação a março, e também o menor número de admissões, queda de 26,7% em relação a março.
Com o resultado de abril, no ano, o Espírito Santo acumulou a criação de 16,6 mil novos postos de trabalho formal, representando crescimento de 2,25% do total de postos formais registrados em 2020.
Para o Brasil, o resultado de abril também foi positivo com registro de 120.935 novas vagas formais criadas. Com isso, nos quatro primeiros meses do ano, o país apresentou crescimento de 2,43% do total do emprego formal em relação ao registrado em 2020. O estado do Mato Grosso foi o que mais ampliou postos no ano em relação ao seu estoque de 2020 (4,16%), seguido por Goiás (4,08%). Os estados com maiores reduções do estoque de emprego formal no ano, em relação a 2020, foram os estados de Alagoas (-3,61%) e Sergipe (-0,20%).
Análise setorial
Apesar do saldo positivo no total da economia capixaba, no mês fecharam postos os setores de comércio (-731) e da indústria (-324). Os demais setores abriram novas vagas, com destaque para a o setor de agropecuária (+905), seguido pelo setor de serviços (+695) e construção (+207).
Favoreceram a criação de vagas na agricultura as novas contratações nas atividades de cultivo do café (+303) e de mamão (+131). Já nos serviços, a criação de postos foi impulsionada pela abertura de vagas, principalmente, em atividades de saúde humana e serviços sociais (+1.140). Contudo, ainda para o setor de serviços, houve registro de fechamento de vagas nas atividades de alojamento e alimentação (-895) e de transporte, armazenagem e correio (-292).
No comércio, o fechamento de vagas no mês ocorreu em função do encerramento de postos no comércio varejista (-442), principalmente, na atividade do comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (-316).
Na indústria, a redução do emprego ocorreu principalmente nas atividades de água, esgoto, de gestão de resíduos e descontaminação (-378). Na indústria de transformação houve perda de 17 vagas, com geração de vagas em 13 atividades e redução de postos em 10 atividades. Os destaques foram:
Abriram vagas:
- Fabricação de produtos minerais não-metálicos (+172)
- Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+131)
- Fabricação de celulose e papel e produtos de papel (+87)
Fecharam vagas:
- Fabricação de produtos alimentícios (-274)
- Confecção de artigos de vestuário e acessórios (-158)
- Fabricação de máquinas e equipamentos (-56)
Para o Brasil, todos os grandes setores de atividade econômica apresentaram criação de postos formais no mês: serviços (+57.610), construção (+22.224), indústria (+19.884), agropecuária (+11.145) e comércio (+10.124).
Municípios do ES
Em abril, quinze dos vinte e cinco municípios com mais de 30 mil habitantes no Espírito Santo registraram saldo positivo de postos formais. São Mateus foi o município com maior número de postos abertos (+329), seguido por Serra (+297) e Linhares (+295).
Em São Mateus, o crescimento de postos formais foi favorecido pelas contratações na agropecuária (+254), em atividades de cultivo de café (+31) e na pecuária (+59). Em Serra, o crescimento do emprego foi favorecido pelos setores de serviços (+376), principalmente pelas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras (+459), também foi destaque o setor de construção (+155). Já em Linhares foi a atividade de agropecuária que impulsionou a criação de postos (+103), principalmente em atividade de cultivo de mamão (+71) e de café (+27).
Fecharam mais postos de emprego formal os municípios de Vila Velha (-506), Vitória (-312) e Colatina (-290). Em Vila Velha, a redução do emprego no comércio favoreceu o resultado negativo do municípo. Em Vitória, o setor da indústria reduziu 447 vagas, principalmente, na atividade de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (-414). Também em Colatina a indústria foi o setor com mais vagas encerradas, em maior medida na indústria de transformação (-169), especificamente nas atividades de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-113) e de produtos alimentícios (-101).
Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.
Nota: O Novo Caged capta as movimentações do emprego formal a partir de janeiro de 2020 em substituição ao Caged. Em comparações temporais as diferenças metodológicas entre a série nova e a antiga devem ser ressaltadas. Mais informações no quadro abaixo do painel.
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Suiani Febroni
Economista graduada na UFES e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Possui experiência em manipulação e análise de dados e indicadores, análises quantitativas e em temas relacionados à atividade econômica, mercado de trabalho e educação.