Espírito Santo abre 5,8 mil vagas com carteira assinada em abril

O Ministério do Trabalho e Previdência divulgou, na quarta-feira (31/05/2023), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de abril de 2023.

PUBLICADO EM 31 Mai 2023

Os dados mais recentes do Novo Caged mostraram que o mercado de trabalho formal do Espírito Santo registrou saldo positivo de 5.788 postos formais, fruto da movimentação entre 40.149 admitidos e 34.361 desligados. Com mais um mês de criação de empregos celetistas, o estado acumula abertura de 15.538 vagas de janeiro a abril de 2023. 

O estoque de postos formais no estado totalizou 832.096 vínculos ativos em abril de 2023, o que representa uma ampliação de 1,9% frente a dezembro de 2022. 

O saldo de novas contratações no Espírito Santo em abril foi o 10º maior entre as unidades da federação. As maiores criações foram observadas em São Paulo (+54.910), Minas Gerais (+27.438) e Rio de Janeiro (+18.114). 

O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 180.005 vagas com carteira assinada em abril. Esse resultado decorreu da diferença entre 1.865.279 admissões e 1.685.274 desligamentos. Nos quatro primeiros meses do ano, o país criou 705.709 empregos formais. Essa criação levou o Brasil a um estoque de 43.150.134 vínculos formais ativos, 1,65% maior que em dezembro de 2022. 

Análise setorial

A geração de novas vagas para o Espírito Santo em abril foi resultado da abertura em todos os cinco grandes setores da economia: serviços (+1.972), agropecuária (+1.855), construção (+934), comércio (+678) e indústria (+349). 

Serviços se mantém com a maior geração de vagas no estado, sendo maioritariamente influenciado pelas atividades de saúde humana e serviços sociais (+490) e transporte, armazenagem e correio (+416). 

A criação de vagas na agropecuária teve impacto positivo do período de colheita do café, atividade de muita importância no estado. No mês, a atividade de cultivo de café registrou saldo de 1.289 postos formais. 

A industria geral foi beneficiada pela abertura de postos na indústria extrativa (+127) e indústria da transformação (+122). Entre as atividades da indústria da transformação, se destacaram na criação de vagas, a fabricação de produtos alimentícios (+119), fabricação de produtos de metal (+84) e metalurgia (+60). 

Na análise do acumulado no ano, no Espírito Santo, somente o comércio apresentou mais desligamentos que admissões (-325), enquanto os demais setores tiveram saldo positivo de postos: serviços (+7.504), construção (+4.123), indústria (+2.233) e agropecuária (+2.003)

Municípios do ES

Entre os 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, 21 abriram vagas celetistas em abril de 2023. O destaque foi o município de Vitória, com criação de 706 postos, seguido por Linhares (+540) e Aracruz (+513). 

Em Vitória, o setor de serviços foi o principal responsável pelo saldo positivo de empregos no município, com 581 novas vagas, principalmente em saude humana e serviços sociais (+220). Já em linhares, contribuiu com o resultado os setores de comércio (+229) e agropecuária (+220). Em Aracruz, Serviços também foi o destaque na criação de postos (+201). 

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.



Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).