Espírito Santo cria 34.202 empregos formais em 2023, com saldo positivo em todos os cinco grandes setores da economia

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, na terça-feira (30/01/2024), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de dezembro de 2023.

PUBLICADO EM 31 Jan 2024

Os dados do Novo Caged referentes a dezembro mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou a abertura de 34.202 novas vagas no ano de 2023. O resultado decorre da diferença entre as 507.302 admissões e os 473.100 desligamentos. No ano, todos os cinco grandes setores da economia capixaba registraram saldo positivo, com destaque para os Serviços (+14.420), Comércio (+8.548), Construção (+5.549), Indústria (+5.489) e Agropecuária (+201).

Com os dados de dezembro, o estado computou um estoque de 850.760 trabalhadores formais no ano de 2023, o que representa uma ampliação de 4,19% em relação a dezembro de 2022. Este percentual posiciona o Espírito Santo na 2ª posição da região Sudeste (atrás do Rio de Janeiro) e 18ª posição nacional entre os estados com maior ampliação de seu estoque formal em 2023.

Com o resultado positivo no ano, o desempenho do mercado de trabalho formal capixaba posicionou o Espírito Santo na 14ª colocação entre os estados brasileiros na geração de novas vagas em 2023. São Paulo (+390,7 mil), Rio de Janeiro (+160,6 mil) e Minas Gerais (+140,8 mil) foram os primeiros colocados no ranking. Já na outra extremidade, Amapá (+5,7 mil), Roraima (+5,0 mil) e Acre (+4,6 mil) foram os estados com os menores saldos líquidos no último ano.

O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 1.483.598 postos formais em 2023. Com as novas vagas, o estoque de empregos formais no Brasil atingiu 43,9 milhões, 3,5% a mais que o registrado em dezembro de 2022.

 

Resultados setoriais

As vagas criadas no Espírito Santo em 2023 originaram-se do saldo positivo nos cinco grandes setores da economia: Serviços (+14.420), Comércio (+8.548), Construção (+5.549), Indústria (+5.489) e Agropecuária (+201).

O setor de Serviços (+14.420) liderou a criação de novas vagas com carteira assinada no Espírito Santo em 2023. O setor foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de transporte, armazenagem e correio (+4.630) e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+4.127). No primeiro segmento, os serviços de transporte terrestre (+3.144) foram o destaque na criação de novas vagas. Já no segundo, destacaram-se as atividades administrativas e serviços complementares, com 2.177 novos empregos formais criados no ano.

O Comércio (+8.548) foi o segundo maior setor na ampliação de postos formais no ano, impulsionado pelo comércio atacadista (exceto veículos automotores e motocicletas), que registrou abertura de 4.555 vagas, pelo comércio varejista (+2.383) e reparação de veículos automotores e motocicletas (+1.610).

Para o setor da Construção (+5.549), o segmento de maior destaque no último ano foi o de obras de infraestrutura, com 3.233 novos postos formais. Neste, a atividade de construção de rodovias, ferrovias, obras urbanas e obras de arte especiais (+1.629) foi responsável pela maior geração de empregos no último ano. Dentre os outros segmentos da Construção, a construção de edifícios e os serviços especializados para construção registraram a criação de 1.275 e 1.041 novas vagas formais, respectivamente.

Por sua vez, a Indústria (+5.489) também apresentou resultados consistentes em 2023.  No ano, o setor foi impulsionado pela indústria de transformação, que registrou abertura de 4.452 empregos com carteira assinada, representando 81,1% do total de todo o setor. O segmento foi influenciado, sobretudo, pelas atividades de:

  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+1.608);
  • Fabricação de produtos alimentícios (+1.295);
  • Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+1.003).

Para o setor da Agropecuária (+201), foram observadas grandes oscilações na geração de empregos formais ao longo do último ano, tendo registrado saldo negativo em 6 dos 12 meses. Contudo, encerrou 2023 com saldo positivo de contratações, onde se destacaram àquelas voltadas ao cultivo de café (+182) e às atividades de apoio à agricultura (+141).

Quanto à análise setorial, vale destacar que, apesar do saldo positivo nos cinco grandes setores da economia capixaba, apenas o setor industrial (Indústria geral + Construção) apresentou crescimento na geração de empregos formais entre 2022 e 2023.  Enquanto a Indústria registrou aumento de +14,9%, a Construção cresceu +6,7%. Por sua vez, Agropecuária (-59,5%), Serviços (-38,7%) e Comércio (-18,8%) registraram contrações na geração de postos formais quando comparados com o ano de 2022.

 

Municípios do ES

A análise municipal revelou um saldo positivo de postos formais em 66 dos 78 municípios capixabas, em 2023. Os municípios com maior geração de empregos foram: Vitória (+6.269), Serra (+6.240) e Vila Velha (+3.602). Por outro lado, Iconha (-156), Santa Leopoldina (-182) e São Gabriel da Palha (-322) registraram as maiores retrações no quantitativo anual de empregos formais em 2023.

Pela ótica dos municípios com os maiores resultados positivos, Vitória (+3.330), Serra (+1.834) e Vila Velha (+2.648) foram impulsionados pelo setor de Serviços. Já entre os municípios com as maiores retrações, Iconha (-171) foi negativamente impactada pelos Serviços, Santa Leopoldina (-96) pela Construção e São Gabriel da Palha (-318) pela Indústria.

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.

 

Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Francisco Brunoro Jr.

Economista e Mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência do Observatório do Ambiente de Negócios. Possui interesse nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), Desenvolvimento Regional e Economia Comportamental.