Espírito Santo cria cerca de 3 mil vagas com carteira assinada em novembro de 2022

O ministério do Trabalho e Previdência divulgou na quarta-feira (28/12/2022) as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de novembro de 2022.

PUBLICADO EM 16 Jan 2023

Os dados do Novo Caged para o Espírito Santo mostraram criação de 3.754 empregos formais em novembro de 2022, fruto da movimentação entre 36.333 admitidos e 32.579 desligados.

Com este saldo, o mercado de trabalho formal capixaba registrou 51.947 vagas celetistas no acumulado de janeiro a novembro de 2022. Assim, o estoque de postos formais no estado totalizou 825.749 vínculos ativos em novembro, o que representa uma ampliação de 0,46% frente a outubro e de 6,71% frente ao registrado no final de 2021.

No Brasil, o saldo de empregos formais registrado em novembro foi de 135.495, resultado da diferença entre 1.747.894 admitidos e 1.612.399 desligados. O estado que mais se destacou quanto a abertura de vagas foi São Paulo (+50.908), seguido por Rio de Janeiro (+25.223) e Rio Grande do Sul (+11.679). No acumulado do ano, o país registrou saldo positivo de 2,4 milhões de vagas.

Análise setorial

A criação de cerca de 3 mil empregos formais no mercado de trabalho capixaba em novembro foi impulsionada pela abertura de vagas em dois dos cinco grandes setores de atividade econômica. O destaque foi para o setor de comércio, que registrou saldo positivo de 2.292 postos formais, seguido pelo setor de serviços, que registrou abertura de 2.074 vagas. Encerraram vínculos celetistas os setores da indústria (-533), agropecuária (-64) e construção (-15).

O setor comercial foi positivamente influenciado pelo comércio varejista que, juntos, criaram 1.882 novas vagas. O setor de serviços, por sua vez, foi impulsionado pela abertura de vagas nas atividades administrativas e serviços complementares (+787), transporte, armazenamento e correio (+604) e alojamento e alimentação (+449).

A indústria da transformação foi responsável, majoritariamente, pelo fechamento de vagas no setor industrial, com encerramento de 568 postos. Apesar disso, 11 das 24 atividades realizadas por este segmento apresentaram expansão do emprego industrial, com destaque para as atividades de fabricação de produtos alimentícios (+92), fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+84) e metalurgia (+76). Além disso, para o ano, o saldo do setor industrial é positivo, que acumulou 6.887 novos vínculos formais, uma expansão de 4,93% frente a 2021.

No que se refere a agropecuária, o saldo negativo de vagas em novembro é justificado pelo fim do período de colheita de cana-de-açúcar no estado, uma vez que esta atividade foi responsável pelo fechamento da maioria dos postos do setor (-152).

Por fim, quanto ao setor de construção, encerraram postos os serviços especializados para construção (-247) e construção de edifícios (-145).

Municípios dos ES

Na análise dos 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, foi verificado que 20 deles registraram saldo positivo em novembro. Os maiores saldos foram observados em Vitória (+978), Cariacica (+654) e Serra (+605). O setor de serviços liderou a abertura de vagas nos três municípios, criando em Vitória 602 vagas, 391 em Cariacica e 242 em Serra (que também registrou o mesmo saldo no setor de comércio).



Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Sara Sarandy

Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela FAESA. Pós-graduanda em Inteligência Analítica e Análise de Dados pela Universidade Vila Velha (UVV). Atua como Assistente de Estudos e Pesquisas na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas. Responsável por auxiliar nas demandas de pesquisas primárias, coleta e tratamento de dados.