Espírito Santo criou 7.277 novos empregos com carteira assinada no mês de maio

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, na quinta-feira (27/06/2024), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de maio de 2024.

PUBLICADO EM 28 Jun 2024

Os dados do Novo Caged referentes a maio de 2024 mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou a criação líquida (admissões acima de desligamentos) de 7.277 postos formais de trabalho no referido mês. O resultado decorre da diferença entre 52,9 mil admissões e 45,6 mil desligamentos.

Entre os setores da economia, os destaques foram: agropecuária (+5.101), serviços (+2.044) e comércio (+175). Apenas a indústria[1] (-41) apresentou saldo negativo no mês. Com os resultados de maio, o estado acumulou um estoque de 903.819 postos formais de trabalho em 2024.

O desempenho do mercado de trabalho formal capixaba posicionou o Espírito Santo na 6ª colocação entre os estados brasileiros na geração de novos postos formais no mês. São Paulo (+42,6 mil), Minas Gerais (+19,4 mil), Rio de Janeiro (15,6 mil), Bahia (8,8 mil) e Paraná (+8,1 mil) ocuparam as cinco primeiras posições.

Já na outra extremidade, Tocantins (527), Amapá (316) e Rio Grande do Sul (-22,2 mil) guardaram as últimas posições na criação de postos formais de trabalho. Vale lembrar que, nos meses de abril e maio, o estado gaúcho foi acometido por chuvas torrenciais que causaram a maior enchente de sua história, resultando em inúmeras vidas perdidas e impactos significativos na economia riograndense. 

O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 131,8 mil postos formais de trabalho no mês de maio, fazendo com que o estoque de empregos formais no Brasil atingisse a marca de 46,6 milhões de trabalhadores em 2024.

 

Resultados setoriais

As vagas criadas no Espírito Santo no mês de maio originaram-se do saldo positivo da agropecuária (+5.101), serviços (+2.044) e comércio (+175). Apenas a indústria (-41) apresentou saldo negativo no mês.

A agropecuária (+5.101) liderou a criação de novas vagas com carteira assinada no Espírito Santo em maio. O setor foi impactado positivamente pelas contratações no segmento de lavouras permanentes (+4.258), em que se destacou o cultivo de café (+3.644) – principal atividade agrícola do estado. O mês de maio marcou o início do período de colheita dos cafés conilon e arábica no estado, fator que explica o notável crescimento observado nas contratações do segmento. Vale pontuar que a ampliação das contratações no setor é um movimento cíclico e já esperado neste período do ano, tendo em vista a relevância da atividade cafeeira no Espírito Santo que, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é o maior produtor de café conilon e o terceiro maior produtor de café arábica do Brasil.

O setor de serviços (+2.044) foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+933) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+579). No primeiro segmento, destacaram-se as atividades administrativas e serviços complementares (+558), enquanto que no segundo notabilizou-se o segmento de saúde humana e serviços sociais (+393).

O comércio registrou a criação líquida de 175 postos formais em maio. Contribuíram para o saldo positivo do setor os segmentos de comércio por atacado (+278) e reparação de veículos automotores e motocicletas (+83). Por outro lado, o segmento varejista observou a perda de 186 postos formais no período considerado.

Por fim, a indústria (-41) foi o único setor a apresentar saldo negativo de postos formais no mês de maio. Ainda que a indústria geral (+337) tenha apresentado resultado positivo no período, o saldo negativo da construção (-378) pesou para o resultado do setor industrial no mês. Pela ótica da indústria geral, o destaque positivo foi a indústria de transformação (+349), em que se sobressaiu a atividade de fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+294). Já pelo lado da construção, os serviços especializados para construção (-356) tiveram o maior impacto negativo, com destaque para a atividade de instalação e manutenção elétrica (-244).

 

Municípios do ES

Na análise territorial do ES, 54 dos 78 municípios capixabas registraram saldo positivo na geração de novas vagas formais de trabalho no mês, com destaque para Sooretama (+1.360), Linhares (+835) e Jaguaré (+732), municípios com forte presença da atividade cafeeira - responsável por impulsionar a geração de novos postos formais de trabalho nas três localidades.

Por outro lado, Vila Pavão (-27), Mimoso do Sul (-30) e Castelo (-36) foram os municípios com maiores saldos negativos em maio, em que agropecuária, comércio e indústria, respectivamente, foram os setores que mais pesaram para o saldo adverso observado em cada município.

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.

 

 

Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

 

 


[1] Compreende os segmentos da Indústria geral (indústria de transformação, extrativa e SIUP) e da Construção.

 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Francisco Brunoro Jr.

Economista e Mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência do Observatório do Ambiente de Negócios. Possui interesse nas áreas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), Desenvolvimento Regional e Economia Comportamental.