Espírito Santo gerou 31.653 novos postos formais de trabalho no acumulado do ano até agosto de 2024
O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, na sexta-feira (27/09/2024), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de agosto de 2024.
Os dados do Novo Caged referentes ao período de janeiro a agosto de 2024 mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou a criação líquida (admissões acima de desligamentos) de 31.653 postos formais de trabalho no período. O resultado decorre da diferença entre 388.930 admitidos e 357.277 desligados.
Todos os setores da economia capixaba registraram saldos positivos no período, com destaque para os serviços (+16.661), a indústria (+11.857), o comércio (+2.547) e a agropecuária (+588). Com dados de agosto, o estado acumulou um estoque de 905.981 postos formais de trabalho em 2024.
O desempenho do mercado de trabalho formal capixaba posicionou o Espírito Santo na 14ª colocação entre os estados brasileiros na geração de novos postos formais nos oito primeiros meses de 2024. Os estados de São Paulo (+502,2 mil), de Minas Gerais (+188,3 mil) e do Paraná (+137,6 mil) ocuparam as três primeiras posições. Já na outra extremidade, os estados de Alagoas (+1,8 mil), de Roraima (+4,6 mil) e do Acre (+6,2 mil) guardaram as últimas posições na criação de postos formais de trabalho.
O mercado de trabalho brasileiro registrou a abertura de 1,8 milhão de postos formais de trabalho no acumulado de janeiro a agosto de 2024, fazendo com que o estoque de empregos formais no Brasil atingisse a marca de 47,2 milhões de trabalhadores em 2024.
Resultados setoriais
No acumulado do ano até agosto de 2024, todos os setores da economia capixaba registraram saldo positivo de postos formais de trabalho: serviços (+16.661), indústria (+11.857), comércio (+2.547) e agropecuária (+588).
O setor de serviços (+16.661) foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+6.308) e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+6.188). Na primeira atividade, o segmento de saúde humana e serviços sociais (+3.436) gerou a maior quantidade de novas vagas, enquanto que na segunda destacaram-se as atividades administrativas e serviços complementares (+2.810).
O resultado do setor industrial capixaba foi positivamente influenciado pela indústria geral (+6.911) e pela construção (+4.946). O setor de transformação foi o que mais contribuiu para saldo positivo da indústria geral, com destaque para a fabricação de produtos alimentícios (+1.019). Já na Construção, os serviços especializados para construção (+2.612) tiveram o maior impacto positivo, seguido por construção de edifícios (+1.763) e obras de infraestrutura (+571).
A criação líquida de postos formais no comércio entre janeiro e agosto de 2024 foi impulsionada pelo comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas (+2.476) e pelo comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (+1.477), ao passo que o comércio varejista observou a perda de 1.406 postos formais no período.
Por fim, a agropecuária registrou um saldo positivo de 588 postos formais de trabalho no acumulado de janeiro a agosto de 2024, em que se destacou o ramo atividades de apoio à agricultura e à pecuária (+544) A pecuária capixaba registrou um desempenho negativo no período, com fechamento líquido de 111 postos formais de trabalho.
Municípios do ES
Na análise territorial do Espírito Santo, 67 dos 78 municípios capixabas registraram saldo positivo na geração de novas vagas formais de trabalho no acumulado de janeiro a agosto de 2024. Os municípios com as maiores gerações de empregos foram: Vitória (+4.666), Vila Velha (+4.535) e Serra (+4.426). Por outro lado, João Neiva (-25), Mimoso do Sul (-24) e Muniz Freire (-22) registraram as maiores reduções de empregos formais no período.
Pela ótica dos municípios com os maiores resultados positivos, Serra, Vila Velha e Vitória foram impulsionadas pelos serviços. Já entre os municípios com as maiores retrações, João Neiva foi impactado pela indústria, Mimoso do Sul pelo comércio (-73) e Muniz Freire pela construção (-18).
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
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10 Out
notas conjunturais | caged-es (ago/2024) |
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Marcos Morais
Graduado em Ciências Econômicas pela UFRRJ e mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência do Observatório da Indústria. Possui interesse na área de finanças públicas e temas conjunturais.