Espírito Santo gerou 37.403 novos postos formais de trabalho no acumulado do ano até setembro de 2024
O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou, na quarta-feira (30/10/2024), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de setembro de 2024.
Os dados do Novo Caged referentes ao período de janeiro a setembro de 2024 mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou a criação de 37.403 postos formais de trabalho no período. Esse resultado decorre da diferença entre 435.615 admitidos e 398.212 desligados.
No mesmo período, todos os setores da economia capixaba registraram saldos positivos no período: serviços (+20.010), indústria (+13.284), comércio (+3.939) e agropecuária (+170). Com isso, o Espírito Santo apresentou um total de 911.731 empregos formais em setembro de 2024, um avanço de 4,28% no total de emprego registrado em 2023.
Paralelamente, o mercado de trabalho nacional registrou a criação líquida de aproximadamente 2 milhões de novos postos formais de trabalho no acumulado de janeiro a setembro de 2024. Assim, o total de empregos formais no país atingiu a marca de 47,5 milhões, 4,35% a mais do que o total de empregos registrado em 2023. A geração das novas vagas no país foi liderada, em especial, pelos estados de São Paulo (+561 mil), Minas Gerais (+204,2 mil) e do Paraná (+152,9 mil).
Resultados setoriais
No acumulado do ano até setembro de 2024, todos os setores da economia capixaba registraram saldo positivo de postos formais de trabalho: serviços (+20.010), indústria (+13.284), comércio (+3.939) e agropecuária (+170).
O setor de serviços (+20.010) foi impulsionado, principalmente, pelas atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+7.614) e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+7.252).
Já o resultado do setor industrial capixaba foi positivamente influenciado pela indústria geral (+13.284) e pela construção (+5.874). O setor de transformação foi o que mais contribuiu para saldo positivo da indústria geral, com destaque para a fabricação de outros equipamentos de transporte (+1.026). Já na Construção, os serviços especializados para construção tiveram o maior impacto positivo (+3.123), seguido por construção de edifícios (+1.917) e obras de infraestrutura (+834).
A criação de postos formais no comércio entre janeiro e setembro de 2024 foi impulsionada pelo comércio por atacado, exceto veículos automotores e motocicletas (+2.743) e pelo comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (+1.749). Já o comércio varejista encerrou 553 postos formais de trabalho no período.
Por fim, a agropecuária registrou a criação de 170 postos formais de trabalho no acumulado de janeiro a setembro de 2024, com abertura de postos em atividades de cultivo de café (+260) e nas atividades de apoio à agricultura e à pecuária (+180). Já as atividades pecuárias registraram um desempenho negativo no período, com a perda de 112 vagas de emprego com carteira assinada no período.
Municípios do ES
Na análise territorial do estado, 73 dos 78 municípios capixabas registraram resultado positivo na geração de novas vagas formais de trabalho, sendo Serra (+6.029), Vila Velha (+5.506) e Vitória (+5.466), os municípios com os maiores saldos. Por outro lado, apenas Irupi (0), Mimoso do Sul (-1), Marilândia (-8), Ibitirama (-10) e Alegre (-11) não registraram saldos positivos na movimentação do emprego formal no período. Assim, como para todo o estado, os melhores resultados obtidos pelos municípios de Serra, Vila Velha e Vitória foram impulsionados principalmente pelo setor de serviços. Além disso, o município de Serra também se destacou pela criação de empregos na indústria (+2.451).
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
14 Nov
notas conjunturais | caged-es (set/2024) |
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Libania Araújo Silva
Graduada em Ciências Econômicas pela UEFS, mestre em Economia pela UFS e doutoranda em Economia pela UFJF. Possui experiência em pesquisas relacionadas à economia regional, economia do trabalho e economia da educação. Atua como Especialista na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas.