Espírito Santo registra déficit comercial de U$ 1,1 bilhão em 2020

PUBLICADO EM 01 Fev 2021

Em 2020, a pandemia de Covid-19 impactou o comércio internacional de mercadorias do Espírito Santo, principalmente pelo lado das exportações. O Espírito Santo exportou US$ 5,13 bilhões de janeiro a dezembro de 2020, uma variação de -41,7% em relação ao ano anterior. A queda do valor das exportações capixabas é explicada pelo efeito da redução do preço das mercadorias exportadas (-10,1%) e retração da quantidade (-35,2%). As importações caíram 0,7% no mesmo período de comparação e acumularam US$ 6,23 bilhões. Com a queda acentuada das exportações, o saldo da balança comercial capixaba registrou déficit de US$ 1,1 bilhão, evento que não ocorria desde a década de 1990 no estado.

O impacto da pandemia para o comércio exterior do Espírito Santo em 2020  foi relativamente mais forte do que para a média do país. A retração das exportações capixabas entre janeiro e dezembro de 2020 reduziu a participação do estado no total das exportações brasileiras, passando de 3,9% para 2,5%, em relação ao ano anterior. Com isso, o Espírito Santo caiu no ranking de exportadores da 9° posição para a 12°. Porém o estado aumentou sua participação nas importações brasileiras de 3,5% para 3,9%, passando da 9° para a 8° posição. 

A Agropecuária foi a única atividade econômica do Espírito Santo que registrou crescimento das exportações em 2020, com alta de 9,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de café aumentaram 7,2% entre janeiro e dezembro de 2020, na comparação com o ano anterior. As exportações de pimenta cresceram 12,9% no ano de 2020 e chegaram a US$ 97,0 milhões. Porém, as exportações das Indústrias extrativas tiveram queda de 42,0% na comparação com o ano anterior, principalmente pela retração do valor exportado de minérios de ferro (-43,4%) e de óleos brutos de petróleo (-44,1%). As exportações das Indústrias de transformação do Espírito Santo caíram 48,9% no período de janeiro e dezembro de 2020, na comparação com o ano anterior. Dentre os principais produtos exportados desta categoria, os que apresentaram as maiores retrações foram: produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado (-36,5%), produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado (-55,1%) e outras ligas de aço (-68,2%). 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Vanessa Avanci

Economista, doutora em Economia pela UFF. Analista sênior do Observatório do Ambiente de Negócios, escreve sobre conjuntura econômica e atua realizando estudos e pesquisas sobre a indústria, comércio exterior, produtividade e inovação.