Impulsionado pela agricultura, ES cria 13,6 mil postos com carteira assinada em maio

O Ministério do Trabalho e Previdência divulgou, na quinta-feira (29/06/2023), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de maio de 2023.

PUBLICADO EM 29 Jun 2023

Os dados do Novo Caged referentes a maio mostraram que o mercado de trabalho formal capixaba registrou abertura de 13.593 vagas. Esse resultado decorre da diferença entre os admitidos, que somaram 53.928, e os desligados, que totalizaram 40.335. O resultado de maio é o maior do ano e foi impulsionado, principalmente, pelas novas contratações resultantes do período de colheita de café, atividade relevante no estado.Com as novas contratações no mês, o estado acumula 29.169 postos criados de janeiro a maio de 2023.

Essas novas vagas no mês representam uma ampliação de 1,63% no estoque de postos formais em relação a abril, o que levou o Espírito Santo a registrar a maior ampliação de empregos entre os estados brasileiros no mês. Em relação a dezembro de 2022, o estado ampliou seu estoque em 3,57%. 

O saldo positivo do mercado de trabalho capixaba em maio foi o terceiro maior entre os estados brasileiros. As maiores aberturas de vagas foram observadas em São Paulo (+50.112) e Minas Gerais (+26.626). 

O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 155.120 postos formais em maio. No acumulado de 2023, houve abertura de 865.360 postos no país. Com as novas vagas, o estoque de empregos formais no Brasil atingiu 43,3 milhões, 2,04% a mais que o registrado no final de 2021.

Resultados setoriais 

As vagas criadas no Espírito Santo em maio decorreu do saldo positivo em todos os cinco grandes setores: agropecuária (+7.138), serviços (+2.759), comércio (+1.484), indústria (+1.262) e construção (+850). 

A agropecuária foi o segmento responsável pelo maior número de empregos formais gerados. Esse resultado foi impulsionado pela colheita do café, principal atividade agrícola do Espírito Santo. Entre as vagas criadas, o cultivo de café foi responsável por 5.194 delas.

O setor de serviços foi impulsionado pelas atividades administrativas e serviços complementares (+1.351) e transporte, armazenagem e correio (+513). Para o saldo do comércio, o comércio atacadista de produtos alimentícios contribuiu com 382 vagas e hipermercados e supermercados com 146 postos. 

O setor industrial é muito influenciado pela indústria da transformação, que criou 1.270 empregos formais em maio, com mais de 100 postos criados em: 

  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+651);

  • Fabricação de produtos alimentícios (+416);

  • Fabricação de produtos de metal, máquinas e equipamentos (+150);

  • Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e biocombustível (+114). 

Já a construção teve seu resultado maioritariamente influenciado pelos serviços especializados para construção (+483). 

Municípios do ES

Na análise dos 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, foi observado saldo positivo de postos formais em 20 deles em maio de 2023. No mês, os municípios com maior geração de empregos no mês foram: Serra (+1.857), Sooretama (+1.842), Linhares (+1.246), Jaguaré (1.109) e Vitória (+1.080), todos com mais de 1.000 vagas geradas.

Os municípios de Serra e Vitória foram muitos impactados pelo setor de serviços, com abertura de 938 e 714 postos, respectivamente. Os demais foram impulsionados pela agropecuária, que foi responsável por 1.720 postos em Sooretama, 927 vagas em Linhares e 1.072 empregos em Jaguaré. 

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.



Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).