Mercado de trabalho do ES cria 7 mil postos formais em fevereiro
O ministério do Trabalho e Previdência divulgou nesta terça-feira (29/03/2022) as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de fevereiro de 2022.
No Espírito Santo, a movimentação do mercado de trabalho formal resultou num saldo positivo de 7.062 postos formais, fruto da movimentação entre 41.424 admissões e 34.362 desligamentos. No acumulado em 2022, o saldo de vagas formais foi de 10.686.
Com as novas vagas geradas no mês, o Espírito Santo totalizou 784.488 vínculos formais de trabalho, o que representa crescimento de 0,91% em relação ao total de empregos registrados no mês de janeiro e de 1,38% na comparação com o total de postos formais do final de 2021.
Por sua vez, o mercado de trabalho brasileiro registrou abertura de 328,507 vagas com carteira assinada em fevereiro. Com as vagas de fevereiro, o saldo de contratações acumulado em 2022 está positivo em 478.862. Com isso, para o Brasil, o estoque de postos formais foi de 41,2 milhões em fevereiro de 2022, 0,80% a mais que em janeiro e 1,18% superior ao registrado no final de 2021.
Análise setorial
Os dados do Novo Caged para fevereiro mostraram que o saldo positivo no Espírito Santo foi majoritariamente influenciado pelo setor de serviços, que criou 5.814 vagas com carteira assinada no mês. Também contribuíram positivamente os setores de construção (+1.036) e agropecuária (+399). Por sua vez, encerraram postos no mês a indústria (-101) e o comércio (-86).
As atividades do setor de serviços que mais contrataram em fevereiro foram as atividades ligadas a educação (+1.173) e atividades administrativas e serviços complementares (+1.017). Na construção, o saldo positivo foi influenciado, sobretudo, pela abertura de 641 vagas formais em obras de infraestrutura.
A indústria geral encerrou vagas no mês devido ao desempenho da indústria da transformação, que fechou 137 postos em fevereiro. Apesar do fechamento de vagas, a indústria da transformação registrou saldo positivo em 14 das 23 atividades analisadas, com destaque para as atividades de fabricação de produtos de minerais não metálicos (+276), metalurgia (+197) e fabricação de veículos (+126). No entanto, o fechamento mais intenso nas atividades de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-462), fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-130) e fabricação de produtos alimentícios (-116) provocaram, em maior medida, um saldo negativo de vagas na indústria.
Municípios do ES
Ao analisar os 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, observou-se que 22 deles abriram postos formais em fevereiro. Os municípios com o maior número de contratações no mês foram Serra (+1.369), Vitória (+1.090) e Vila Velha (+649). Já Marataízes (-79), Aracruz (-19) e Santa Maria de Jetibá (-17) registraram saldo negativo de empregos no mês.
Em Serra, o setor de construção contribuiu com 686 novas vagas no município. Já em Vitória e Vila Velha, o setor de serviços foi o que mais influenciou positivamente, com abertura de 1.008 e 581 novas vagas, respectivamente.
Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).