Mercado de trabalho do ES mantém trajetória de expansão da população ocupada e queda da taxa de desocupação
O IBGE divulgou, em 12 de agosto de 2022, os dados da Pnad Contínua referente ao 2º trimestre de 2022.
Os dados do 2º trimestre de 2022 indicam que a trajetória de recuperação do mercado de trabalho capixaba, iniciada no 1º semestre de 2021, vem consolidando um quadro marcado pelo forte aumento da população ocupada e recuo expressivo da taxa de desocupação. Adicionalmente, o rendimento médio dos trabalhadores cresceu em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A taxa de desocupação no Espírito Santo foi de 8,0% no trimestre encerrado em junho de 2022, o que mostra redução de 3,6 pontos percentuais (p.p.) em relação ao segundo trimestre de 2021. Essa taxa é a menor desde o 2º trimestre de 2015, momento anterior à escalada da taxa de desemprego em ocasião da crise da economia brasileira de 2014-2016.
No 2º trimestre de 2022, a população desempregada totalizou cerca de 174 mil pessoas no Espírito Santo, contingente 28,8% menor em comparação ao 2º trimestre de 2021, o que significa 70 mil pessoas a menos sem emprego no estado.
Com taxa inferior à média do Brasil (9,3%), o Espírito Santo ocupou a 11ª posição entre os estados com as menores taxas de desocupação. As menores taxas foram registradas em Santa Catarina (3,9%) e Mato Grosso (4,4%). Já Bahia (15,5%) e Pernambuco (13,6%) lideram com as maiores taxas de desocupação no país. Em relação à variação da taxa de desocupação no 2º trimestre de 2022 em relação ao 2º trimestre de 2021, os estados com as maiores quedas na taxa de desocupação foram Tocantins (-10,3 p.p.) e Pernambuco (-8,2 p.p.).
No 2º trimestre de 2022, o total da população ocupada do Espírito Santo cresceu 7,2% em relação ao mesmo trimestre de 2021. Na base de comparação interanual, esse é o quinto crescimento consecutivo dos ocupados no estado, subsequentes aos quatro trimestres de recuos provocados pela pandemia da Covid-19. Com esse crescimento dos ocupados, o nível da ocupação (total de ocupados em relação a população em idade ativa) ficou em 60,0% para o Espírito Santo, o que não ocorria desde o último trimestre de 2019 e estando superior ao do Brasil, que registrou 56,8%.
O avanço de 7,2% da ocupação no estado foi influenciado pelo maior número de ocupados nos setores de educação, saúde humana e serviços sociais e agropecuária, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, ambos contribuindo com 2,0 p.p. no crescimento da ocupação.
Como mostra o gráfico abaixo, a retomada da ocupação no Espírito Santo foi, inicialmente, puxada das ocupações informais, mais prejudicadas pela pandemia da Covid-19. Já nos últimos quatro trimestres, o crescimento da ocupação no Espírito Santo tem sido impulsionado pelas ocupações formais. No 2º trimestre de 2022, por exemplo, o crescimento de 7,2% dos ocupados no estado em relação ao 2º trimestre de 2021 teve participação de 4,2 p.p. das ocupações formais e de 2,9 p.p. das ocupações informais.
Quanto ao rendimento médio habitual de todos os trabalhos dos ocupados do Espírito Santo, esse foi de R$ 2.622 no 2º trimestre de 2022, aumento de 2,9% frente ao 2º trimestre de 2021. Na comparação interanual, esse foi o segundo aumento no rendimento dos trabalhadores do Espírito Santo. Para o Brasil, ainda persiste a queda no rendimento médio dos trabalhadores, que recuou 5,1% no 2º trimestre de 2022, na comparação interanual, atingindo R$ 2.652.
Para mais informações a respeito do desempenho do mercado de trabalho capixaba no 1º trimestre de 2022, acesse aqui a Nota Conjuntural da Pnad-C.
14 Out
notas conjunturais | PNAD continua-trimestral (2Tri 2022) |
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).