Mercado de trabalho formal do ES cria 24 mil empregos com carteira assinada em 2021

PUBLICADO EM 08 Jul 2021

No acumulado de janeiro a maio de 2021, o mercado de trabalho formal do Brasil criou 1.233.372 vagas com carteira assinada, resultado de 7.971.258 admissões ante 6.737.886 desligamentos. Esse saldo representou uma ampliação do total de empregos de 3,13% em relação ao final de 2020 no Brasil.

O resultado positivo para o Brasil em 2021 decorre da criação de postos formais em 25 das 27 unidades da federação. O estado do São Paulo registrou a maior abertura de postos formais (+387.121), seguido por Minas Gerais (+153.143) e Santa Catarina (+111.357).

O Espírito Santo foi o 12º estado que mais gerou novos empregos em 2021, com abertura de 24.033 vagas com carteira assinada. Essa é a diferença entre os admitidos, que contabilizaram 157.582, e os desligados, que somaram 133.549. 

Com o saldo positivo em 2021, o Espírito Santo ampliou o estoque, que é a quantidade total de contratos com carteira assinada, em 3,24% em relação ao total de empregos registrados no final de 2020, totalizando 765.536 postos formais em maio.

Análise setorial

O desempenho positivo do mercado de trabalho formal do Espírito Santo em 2021 contou com a abertura de vagas com carteira assinada em todos os cinco grandes setores de atividade econômica no acumulado dos cinco primeiros meses do ano. Serviços lidera a criação de postos formais no ano, com abertura de 9.685 vagas, seguido por indústria (+6.945) - que compreende indústrias da transformação, indústrias extrativas, energia e saneamento -, agropecuária (+2.683), comércio (+2.637) e construção (+2.083). 

No setor de serviços, as atividades que mais impulsionaram a abertura de vagas foram as atividades de atenção à saúde humana (+3.941), atividades ligadas à educação (+1.554), e serviços de escritório e de apoio administrativo (+1.445).

A indústria teve seu saldo puxado pelo resultado da indústria da transformação, que detém atualmente 85,6% do total do empregos na indústria geral. A indústria da transformação criou 6.840 vagas formais no ano, motivada pelas novas contratações em:

  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+1.732);

  • Fabricação de produtos de minerais não metálicos (+1.658);

  • Fabricação de produtos de metal (+594);

  • Confecção de artigos de vestuário e acessórios (+520).

A agropecuária foi o setor que mais ampliou o total de empregos em relação ao final de 2020 (+8,93%), impulsionado pelo período de colheita de café, atividade agrícola de maior participação no estado. Assim, o cultivo de café (+923) e as atividades de apoio à agricultura (+505) impulsionaram essa criação de postos formais no ano.

Para o Brasil, os cinco grandes setores da economia também registraram abertura de postos celetistas em 2021. A maior abertura de empregos ocorreu no setor de serviços (+509.101), seguido pela indústria (+290.578), comércio (+162.866), construção (+156.693) e agropecuária (+114.510).

Municípios do ES

Em 2021, entre os 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, 24 deles registraram saldo positivo de postos formais. O município com maior número de postos formais criados no ano foi Serra (+4.937), seguido por Vitória (+2.505) e Linhares (+2.191). Em Serra e Vitória, a abertura de empregos formais nos municípios foi favorecida pelas novas contratações no setor de serviços, que criou 2.336 e 2.403 postos celetistas, respectivamente. Já no município de Linhares, a indústria da transformação foi responsável pelo maior número de contratações no acumulado em 2021, abrindo 837 postos formais.

Guarapari foi o único município do Espírito Santo entre aqueles com mais de 30 mil habitantes que encerrou postos celetistas de janeiro a maio de 2021, com perda de 142 vagas. O fechamento de empregos em Guarapari decorreu, principalmente, do saldo negativo de 229 postos nos serviços de alojamento e alimentação, devido a vocação turística do município.

 


 

Nota: O Novo Caged capta as movimentações do emprego formal a partir de janeiro de 2020 em substituição ao Caged. Em comparações temporais as diferenças metodológicas entre a série nova e a antiga devem ser ressaltadas.

Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).