Mercado de trabalho formal do Espírito Santo cria 16,6 mil empregos formais no acumulado em 2021
O mercado de trabalho formal do Espírito Santo registrou, no acumulado dos quatro primeiros meses de 2021, abertura de 16.657 vagas com carteira assinada. Esse saldo é resultado do movimento entre 124.031 admissões e 107.374 desligamentos. Com as novas contratações no ano, o Espírito Santo ampliou o total de empregos em 2,25% em relação ao total de empregos registrados no final de 2020, totalizando 758.160 vínculos de emprego formal.
Para o Brasil foram registrados 957.889 novos postos formais de janeiro a abril de 2021. Essa é a diferença entre as admissões, que totalizaram 6.406.478 em 2021, e os desligamentos, que somaram 5.448.589. Esse saldo representou uma ampliação de 2,43% no total de empregos frente a 2020, com total de 40,3 milhões de postos.
No acumulado de janeiro a abril de 2021, os estados de São Paulo (+284.942), Minas Gerais (+121.497) e Santa Catarina (+98.066) apresentaram os maiores saldos positivos de postos formais. Nessa lista, o Espírito Santo ocupa a 13º posição. Em contrapartida, Alagoas (-12.733) e Sergipe (-546) registraram saldo negativo de vagas celetistas no acumulado de 2021.
Análise Setorial
No Espírito Santo, o saldo positivo de postos formais decorreu da abertura de vagas em todos os cinco grandes setores de atividade economica: Serviços (+7.433), Indústria (+5.588), Construção (+1.626), Agropecuária (+1.265) e Comércio (+745).
O setor de serviços se destaca por apresentar saldo positivo de postos formais em todos os meses de 2021. As atividades do setor que mais impulsionaram essa abertura de vagas em 2021 foram as atividades de atenção à saúde humana (+3.261), atividades ligadas à educação (+1.289), atividades profissionais, científicas e técnicas (+1.157), serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços prestados às empresas (+824) e de seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra (+787).
A indústria geral teve seu resultado motivado pelo bom desempenho da indústria da transformação nos quatro primeiros meses do ano, registrando criação de 5.599 novas vagas formais de trabalho. Entre as 23 atividades da indústria da transformação, apenas três delas reduziram postos formais no ano, enquanto as demais apresentaram saldo positivo na geração de emprego celetista. Destas, o maior número de novas vagas abertas em 2021 foram observadas em:
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Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+1.530);
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Fabricação de produtos de minerais não metálicos (+1.370);
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Confecção de artigos de vestuário e acessórios (+541);
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Fabricação de produtos de metal (+448).
Para o Brasil, também foi observado abertura de postos celetistas nos cinco grandes setores da economia em 2021: serviços (+400.455), seguido por indústria geral (+247.023), construção (+135.083), comércio (+103.559) e agropecuária (+72.109).
Municípios do ES
No acumulado em 2021, 22 dos 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes registraram saldo positivo de postos formais. Serra (+3.639) foi o município com maior número de postos abertos no ano, seguido por Linhares (+1.705) e Aracruz (+1.587). ). Em Serra, a abertura de empregos formais no município foi favorecida pelas novas contratações nos setores de serviços (+1.603) e de construção (+1.172). Já nos municípios de Linhares e Aracruz, a indústria da transformação foi responsável pelo maior número de contratações no ano, abrindo 661 e 1.228 postos formais, respectivamente.
Por outro lado, Guarapari (-189), Marataízes (-81) e Conceição da Barra (-64) fecharam postos formais em 2021.
Nota: O Novo Caged capta as movimentações do emprego formal a partir de janeiro de 2020 em substituição ao Caged. Em comparações temporais as diferenças metodológicas entre a série nova e a antiga devem ser ressaltadas.
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
01 Jun
notas conjunturais | caged-es (mai/2021) |
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).