No 2º trimestre de 2021, taxa de desocupação no ES reduz e atinge 11,4%
O IBGE divulgou em 31 de agosto de 2021 o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua) para o Espírito Santo, referente aos meses de abril, maio e junho de 2021.
No Espírito Santo, a taxa de desocupação foi de 11,4% no 2º trimestre de 2021, o que representa redução de 0,9 ponto percentual (p.p.) em relação ao mesmo trimestre de 2020 e de 1,5 p.p. frente ao primeiro trimestre de 2021. Essa taxa indica o menor percentual de desocupação para o estado desde o início da pandemia de Covid-19, no 1º trimestre de 2020.
O número de pessoas em busca de trabalho no estado reduziu de 247 mil no 2º trimestre de 2020 para 238 mil no 2º trimestre de 2021, queda de 3,6%. O 2º trimestre do foi marcado pela consolidação do retorno do funcionamento das atividades econômicas, junto à adoção de protocolos de segurança, o que favoreceu a queda da desocupação.
No 2º trimestre de 2021, a taxa de desocupação do Espírito Santo se manteve inferior à do Brasil (14,1%), que reduziu 0,6 p.p. em relação ao trimestre anterior, mas cresceu 0,8 p.p. em relação ao 2º trimestre de 2020. No país, são 14,4 milhões de pessoas desocupadas à procura de ocupação. Pernambuco foi o estado com a maior taxa de desocupação (21,6%), seguido por Bahia (19,7%), Sergipe (19,1%) e Alagoas (18,8%).
Em linha com a queda da desocupação, a taxa de subutilização¹ da força de trabalho do Espírito Santo reduziu 1,5 p.p. entre o 1º e 2º trimestre de 2021 e registrou 23,3%, mas manteve-se praticamente estável em relação ao 2º trimestre de 2020, ao crescer 0,5 p.p.. Para o Brasil a taxa também caiu (1,1 p.p.) frente ao 1º trimestre e foi maior que a observada para o estado, atingindo o valor de 28,6%.
Ocupação
No 2º trimestre, o nível de ocupação (total pessoas ocupadas dentro da população em idade ativa) no Espírito Santo ficou em 54,6%, alta de 2,1 p.p. na comparação interanual. Na mesma base de comparação, o total de pessoas ocupadas no estado (1,8 milhão) cresceu 5,1%. Para o Brasil, também se observou crescimento (1,6 p.p.) da taxa de ocupação na comparação com o 2º trimestre de 2020.
No Espírito Santo, o crescimento da ocupação no 2º trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior foi favorecido pelo aumento no número de ocupados no setor privado sem carteira (+19,6%), trabalhadores por conta própria (+18,4%) e trabalhadores domésticos sem carteira (+13,7%). Em contrapartida, empregadores (-22,7%) e funcionários do setor público (-14,8%) responderam pelas maiores reduções no período.
Quanto aos setores de atividade econômica que tiveram o maior aumento de ocupados no Espírito Santo em relação ao 2º trimestre de 2020, destaca-se o setor de construção, com crescimento de 45,1% nos ocupados. Também aumentou o número de ocupados em serviços domésticos (+10,6%), transporte, armazenagem e correio (+8,2%) e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+7,5%). Por sua vez, administração pública (-11,3%) reduziu postos no 2º trimestre de 2021, frente ao 2º trimestre de 2020. Para o Brasil, construção também se destacou ao apresentar o maior aumento de ocupados entre os setores (+19,6%), seguido por agropecuária (+11,8%) e serviços domésticos (+9,0%).
Por sua vez, as ocupações na indústria geral do Espírito Santo cresceram 5,8% no 2° trimestre, em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior, percentual maior que o observado para o país (2,9%).
Remuneração do trabalho
No 2º trimestre de 2021, o rendimento habitual médio de todos os trabalhos dos ocupados no Espírito Santo foi de R$ 2.299, 8,6% inferior à média dos ocupados no Brasil (R$ 2.515). Em comparação ao 1º trimestre de 2021, houve recuo de 3,7% no ganho médio dos ocupados no Espírito Santo e em relação ao mesmo trimestre do ano anterior a redução foi de 6,1%. Já o rendimento médio no Brasil reduziu 3,0% em relação ao 1º trimestre e 6,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
__________
¹Ao considerarmos o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial (pessoas fora da força de trabalho, mas que gostariam de trabalhar) em relação à força de trabalho ampliada (ocupados, desocupados e força de trabalho potencial), chega-se a taxa composta de subutilização da força de trabalho, a qual possibilita uma análise mais ampliada da demanda por trabalho pela população.
Leia também
Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).