No ES, taxa de desocupação reduz para 10,0% no 3º trimestre de 2021
O IBGE divulgou em 30 de novembro de 2021 o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua) para o Espírito Santo, referente aos meses de julho, agosto e setembro de 2021.
No 3º trimestre de 2021, a taxa de desocupação no Espírito Santo foi de 10,0%. A taxa caiu 1,6 ponto percentual (p.p.) ante o segundo trimestre de 2021 e 4,2 p.p. em relação ao 3º trimestre de 2020. A taxa que segue em tendência de queda desde o 4º trimestre de 2020, atingiu o menor valor desde o 4º trimestre de 2015, quando registrou 9,2%.
O número de pessoas desocupadas no estado reduziu de 296 mil no 3º trimestre de 2020 para 214 mil no 3º trimestre de 2021, queda de 27,5%. Vale lembrar que o 3º trimestre de 2020 foi bastante impactado pela pandemia da Covid-19, com número de desocupados atingindo o pico da série histórica da pesquisa iniciada em 2012.
No Brasil, 13,5 milhões de pessoas estavam desocupadas no 3º trimestre de 2021. A taxa de desocupação no país atingiu 12,6% e continuou superior à do Espírito Santo. A taxa de desocupados no Brasil reduziu 1,6 p.p. frente ao trimestre anterior e 2,2 p.p. em comparação ao 3º trimestre de 2020. Entre os estados, Pernambuco permaneceu com a maior taxa de desocupação (19,3%), seguido por Bahia (18,7%), Amapá (17,5%) e Alagoas (17,1%).
Seguindo a mesma tendência da taxa de desocupação, a taxa de subutilização¹ da força de trabalho do Espírito Santo registrou 20,3% no 3º trimestre de 2021, reduzindo tanto em relação ao 2º trimestre do ano (-2,9 p.p.) quanto frente ao 3º trimestre de 2020 (-4,6 p.p.). Para o Brasil, a taxa de subutilização da força de trabalho foi de 26,5%, após recuar 3,9 p.p. em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e 2,0% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Ocupação
No 3º trimestre, o nível de ocupação (total pessoas ocupadas dentro da população em idade ativa) no Espírito Santo ficou em 58,7%, alta de 3,9 p.p. na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior e de 1,3 p.p. ante o 2º trimestre de 2021. Para o Brasil, também se observou crescimento no nível de ocupação (+5,1 p.p.), que atingiu 54,1%.
Em relação ao 3º trimestre de 2020, trimestre bastante impactado pela pandemia, a população ocupada capixaba cresceu 8,3%, totalizando 1,9 milhão de ocupados no 3º trimestre de 2021. Esse crescimento foi influenciado positivamente pelo aumento no número de ocupados no setor privado sem carteira (+32,9%), trabalhadores domésticos com carteira (+19,8%) e trabalhadores por conta própria com CNPJ (+10,6%).
Em relação aos setores que mais ampliaram o número de ocupados no estado na comparação interanual, construção se destaca ao aumentar em 40,0% o número de ocupações. Também se destacaram, ao ampliarem significativamente o total do ocupações frente ao 3º trimestre de 2020, as atividades de serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+20,9%), transporte, armazenagem e correio (+19,8%), alojamento e alimentação (+18,0%) e serviços domésticos (+17,7%). Na indústria geral, o crescimento foi de 2,9%.
Por sua vez, perderam ocupações no 3º trimestre de 2021 os setores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-8,3%) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (-0,3%), se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.
Remuneração do trabalho
O rendimento habitual médio de todos os trabalhos dos ocupados no Espírito Santo foi de R$ 2.375 no 3º trimestre de 2021, o que representa redução de 3,8% frente ao 3º trimestre de 2020. Isso indica que, apesar do aumento da ocupação, o rendimento médio dos trabalhadores do Espírito Santo reduziu. Para o Brasil, a redução do rendimento de todos os trabalhos foi maior (-11,1%), atingindo R$ 2.459.
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¹Ao considerarmos o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial (pessoas fora da força de trabalho, mas que gostariam de trabalhar) em relação à força de trabalho ampliada (ocupados, desocupados e força de trabalho potencial), chega-se a taxa composta de subutilização da força de trabalho, a qual possibilita uma análise mais ampliada da demanda por trabalho pela população.
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).