Os impactos do Coronavírus no Espírito Santo

O Fato Econômico do mês de março tem como tema os impactos do coronavírus (COVID-19) no Espírito Santo. O seu objetivo é organizar, minimamente, as informações relevantes sobre esse surto até o momento dessa publicação.

O primeiro trimestre de 2019 está sendo marcado pelas consequências da propagação do Coronavírus em todo o mundo. Os primeiros casos do COVID-19 foram registrados em dezembro de 2019 na China. A disseminação da doença pelos demais continentes ocorreu em menos de dois meses, culminando na decretação de pandemia no dia 11 de março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Até o dia 18 desse mês, 213.254 casos de coronavírus foram confirmados pelo mundo e 4,1% deles evoluíram para óbito.

No Brasil:

O Brasil possui, até o dia 18 de março, 430 casos de coronavírus confirmados, 11.582 suspeitos, 1.964 casos descartados e 4 óbitos. Respondendo por 55,8% dos casos confirmados do país, São Paulo é o estado brasileiro mais afetado, seguido pelo Rio de Janeiro (10,5%). Neles foram confirmados casos de transmissão comunitária, ou seja, quando não é possível identificar a trajetória de infecção do vírus. Ao todo, 17 unidades federativas possuem registro da doença, entre elas o Espírito Santo. Com mais de 200 milhões de habitantes, a disseminação do COVID-19 pelo Brasil é a principal preocupação atual.

No Espírito Santo:

Até o dia 18 de março, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) do Espírito Santo divulgou que foram confirmados 11 casos de coronavírus no estado, 10 deles localizados na região Metropolitana e 1 no município de Linhares. Estão sob investigação 375 infeções suspeitas e 144 casos foram descartados. 

O Espírito Santo registrou 4 contaminações em território capixaba. Como consequência, a Grande Vitória e Linhares foram declaradas zonas de transmissão local do COVID-19 (quando é possível identificar a origem do vírus).

A propagação do COVID-19 ocorre de forma exponencial e o distanciamento social é necessário:

Devido à sua significativa taxa de contágio, as contaminações por coronavírus se espalham exponencialmente. Por exemplo, na China os casos de COVID-19 saltaram de 27 para 8.099 em 76 dias e na Itália as contaminações saíram de 3 para 35.713 pessoas em 48 dias. Por isso, é preciso controlar a velocidade de propagação do vírus.

Medidas de higiene e de distanciamento social, recomendas pela OMS, podem tornar (se bem executadas) a disseminação mais lenta. O período de adoção dessas práticas interfere na reversão da aceleração da tendência da infecção: a Coreia do Sul adotou o controle de distanciamento social mais rapidamente do que a China e, por essa e outras medidas fundamentais, a sua reversão da curva já se deu em um patamar menor de número de contaminado.

Principais medidas tomadas  em função do COVID-19: 

Pelo Governo Federal:

  • Anúncio de um plano de combate aos efeitos do COVID-19 de R$169,6 bilhões. Desse total, R$ 59,4 bilhões irão para a manutenção de empregos, R$ 11,8 bilhões para o combate à pandemia e R$ 98,4 bilhões será destinado ao auxílio à população mais pobre e/ou mais idosa;
  • Trabalhadores informais receberão do governo federal R$ 200 reais por três meses;
  • Para auxiliar os estados no combate ao coronavírus, o Ministério da Saúde irá repassar R$ 2 per capita para os estados combaterem o vírus. Com isso, o Espírito Santo receberá cerca de R$ 8,0 milhões em recursos extras.
Pelo Governo do Estado do Espírito Santo:
  • Decretou estado de emergência em saúde pública. O decreto nº4593-R permite ao governo estabelecer medidas sanitárias e administrativas para prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos decorrentes do surto de corona vírus. As prefeituras de Cariacica e Vitória também decretaram emergência;
  • Como forma de prevenção à disseminação do vírus, o governo suspendeu as aulas (até o dia 20/03) e adiantou para o dia 23 de março as férias de julho na rede estadual de ensino, medida acompanhada por algumas redes de ensino municipais, privadas e, inclusive, pelo Sesi;
  • Também houve a suspensão das aulas dos cursos técnicos, incluindo os dos Senai;
  • Como medidas para evitar aglomerações, houve a restrição no número de pessoas em eventos a no máximo 100 pessoas e foi estabelecido o fechamento de teatros, cinemas, casa de show, espaços culturais e academias;
  • Foi anunciado um contingenciamento de R$1 bilhão do orçamento de 2020, que ficará reservado para dispêndios diante do surto de COVID-19;
  • Foram criadas linhas de créditos emergencial no Bandes e no Banestes para empresas de todos os portes afetadas economicamente pelo surto;
  • O Bandes suspendeu por 90 dias as cobranças relativas aos contratos das empresas que atuam nos segmentos mais afetados pelo COVID-19 (turismo, hotelaria, bares, restaurantes e entretenimento em geral);
  • O Banestes vai oferecer o parcelamento das dívidas para pessoas jurídicas e físicas, dando um prazo de 60 dias para início do pagamento. 

    Acesse o Fato Econômico Capixaba aqui e saiba mais sobre os impactos do coronavíus no estado.

Diariamente o Ideies está divulgando um Boletim com as últimas informações sobre o surto de COVID-19.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Thais Mozer

Graduação em Ciências Econômicas e Mestrado em Economia pela UFES, na linha de pesquisa de Economia Industrial. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Econômico.