População ocupada no ES recua 7,4% no segundo trimestre de 2020

O segundo trimestre de 2020 foi marcado pela vigência de medidas mais restritivas de distanciamento social para contenção da pandemia da Covid-19. Os impactos no mercado de trabalho podem ser percebidos pelos resultados da Pesquisa Amostral Pnad Contínua, divulgada em 28 de agosto de 2020, pelo IBGE.

No segundo trimestre do ano, reduziu em 9,6% o total de ocupados no país, na comparação com o primeiro trimestre de 2020. Para o Espírito Santo não foi diferente, cerca de 139,6 mil pessoas deixaram de estar ocupadas no estado, uma redução de 7,4% na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano.

 Esta queda foi ainda maior na comparação com o primeiro trimestre de 2019 (9,7%), sendo a maior redução observada para o estado na série disponível da pesquisa desde 2012.

No estado, a contração na população ocupada foi influenciada pela redução de 17,4% da população que estava ocupada na informalidade, em relação ao primeiro trimestre do ano. A população ocupada formalmente apresentou leve redução (-0,3%). Os mais atingidos foram os trabalhadores domésticos sem carteira (-29,9%), empregados do setor privado sem carteira (-25,0%), conta própria sem CNPJ (-14,0%), trabalhador familiar auxiliar (-10,9%). Os trabalhadores privados com carteira assinada reduziram em 6,9%.

Os setores em que mais houve redução no total de ocupados foram alojamento e alimentação (-29,4%), serviços domésticos (-23,4%), construção (-19,1%) e outros serviços (-10,2).

Quanto à desocupação, o total de desocupados aumentou em 3,8%, com aproximadamente 247 mil pessoas nesta situação no estado. A taxa de desocupação passou de 11,1% no primeiro trimestre para 12,3% no segundo trimestre. Apesar disto, ainda é considerada estável pelo IBGE. Para o Brasil a taxa subiu 1,1 pontos percentuais, estando em 13,3% no segundo trimestre.

Com a queda na ocupação e alta pouco significativa na desocupação, a força de trabalho capixaba reduziu em 6,1% se comparado com o primeiro trimestre de 2020. Para o Brasil esta redução foi ainda mais intensa (-8,5%).

Com isso a população fora da força de trabalho cresceu 15,6% no estado, aumento semelhante para o Brasil. No estado, dentro desta população, houve crescimento de 40,8% do desalento, isto é, da população que desistiu de procurar trabalho, mas estava disponível para trabalhar. Esta representou 4,3% da população fora da força de trabalho no segundo trimestre do ano. No estado cerca de 1,4 milhão de pessoas estavam fora da força de trabalho e 58,3 mil desalentadas no segundo trimestre do ano.

Estas movimentações no mercado de trabalho resultaram no aumentou da taxa de subutilização da força de trabalho, que cresceu de 18,9% para 22,8% no estado e de 24,4% para 29,1% no Brasil, na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2020.

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Suiani Febroni

Economista graduada na UFES e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Possui experiência em manipulação e análise de dados e indicadores, análises quantitativas e em temas relacionados à atividade econômica, mercado de trabalho e educação.