Taxa de desocupação do ES encerra 2022 em 7,9%

No 4º trimestre de 2022, a taxa recuou pelo nono trimestre consecutivo e registrou 7,2%

PUBLICADO EM 02 Mar 2023

O IBGE divulgou em 28 de fevereiro de 2023 o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua) para o Espírito Santo, referente aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2022.

No último trimestre de 2022, a taxa de desocupação do Espírito Santo atingiu 7,2%, após recuar pelo nono trimestre consecutivo. Na comparação com o 4º trimestre de 2021, a taxa reduziu 2,6 pontos percentuais (p.p.). Com esse recuo, a taxa média¹ anual do Espírito Santo ficou em 7,9%, com redução de 3,2 p.p. em relação ao patamar de 2021. A taxa de desocupação do estado, em 2022, foi inferior à do Brasil (9,3%).

O Espírito Santo foi o 11º estado com a menor taxa de desocupação no 4º trimestre de 2022. A menor taxa foi registrada em Rondônia (3,1%), seguido por Santa Catarina (3,2%) e Mato Grosso do Sul (3,3%). Já os maiores índices foram observados na Bahia (13,5%) e Amapá (13,3%). Para o Brasil, a taxa de desocupação trimestral também manteve a tendência de queda e registrou 7,9% no 4º trimestre de 2022.

Assim como a taxa de desocupação, a taxa de subutilização da força de trabalho, que compreende as pessoas desocupadas, subocupadas² e na força de trabalho potencial³, seguiu a trajetória de queda, marcando 14,2% no 4º trimestre de 2022, menor patamar desde 2015. Dessa forma, a PNAD Contínua revela que não só a população desempregada tem reduzido no Espírito Santo, mas toda a mão de obra não absorvida ou parcialmente absorvida pelo mercado tem mostrado queda.

Ocupação

A população ocupada no Espírito Santo foi de cerca de 2 milhões de pessoas no último trimestre de 2022, contingente 1,7% superior na comparação com o mesmo trimestre de 2021. Neste período, o Brasil apresentou alta de 3,8% no total de ocupados no país.

Para o Espírito Santo, ainda na comparação interanual, o número de ocupados no 4º trimestre do ano cresceu em maior intensidade nas ocupações de trabalhador doméstico sem carteira (+25,0%) e com carteira (+21,2%) e nas ocupações de servidor público com carteira (+14,8%). Já entre os setores econômicos, destaca-se o crescimento da ocupação nos setores de serviços domésticos (+22,4%) e transporte, armazenamento e correio (+7,9%).

Quanto à formalização das ocupações no estado, as ocupações formais apresentaram maior participação no crescimento dos ocupados. As ocupações formais cresceram 2,2% e contribuíram com 1,3 p.p. no aumento de 1,7% da ocupação no 4º trimestre de 2022. Já as ocupações informais acresceram 0,4 p.p. nesse aumento, ao terem alta de 1,0%. Com isso, a taxa média de informalidade no estado passou de 39,7% em 2021 para 38,8% em 2022, taxas menores que a registrada em 2019 (41,6%), ano anterior à pandemia.

Já na análise anual, o Espírito Santo encerrou 2022 com alta de 4,8% da população ocupada, com isso o estado não só se recuperou das perdas ocorridas em 2020, fruto da pandemia, como superou em 3,1% o patamar de ocupação de 2019.

Remuneração

Esse quadro de aumento da ocupação no Espírito Santo tem refletido também no aumento da massa de rendimentos dos trabalhadores, que registrou aumento de 8,8% no 4º trimestre de 2022, se comparado com 4º trimestre do ano anterior. Nessa direção, o rendimento médio dos trabalhadores também cresceu no período, atingindo R$ 2.781 após crescer 6,3%.

Para o Brasil também se observou evolução positiva na renda dos trabalhadores. No quarto trimestre de 2022, o rendimento médio habitual de todos os trabalhos foi de R$ 2.808 valor 8,3% superior na comparação com o último trimestre de 2021.

O rendimento médio de 2022 dos trabalhadores capixabas ficou em R$ 2.702, com aumento de 4,2% em relação a 2021. Para o Brasil, por sua vez, a renda média recuou 0,9% nessa mesma base de comparação e registrou R$ 2.711.

¹O valor considera a média dos quatro trimestres do ano.

²Pessoas ocupadas que trabalhavam menos de 40 horas e estavam disponíveis e gostariam de trabalhar mais horas que as habituais.

3Pessoas que no período de 30 dias desistiu de procurar trabalho, mas gostaria de trabalhar ou que procurou trabalho, mas não poderia trabalhar devido a algum impedimento.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Graduado em economia pela UFES. Atua como analista de estudos e pesquisas na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas. Responsável pela execução de pesquisas primárias, criação e manipulação de bases de dados, e no auxílio em estudos econômicos-conjunturais.