Taxa de desocupação do Espírito Santo caiu para 4,5% no segundo trimestre de 2024

No período, a taxa de desemprego ES foi a menor da região Sudeste e ficou abaixo da média registrada no país (7,9%)

PUBLICADO EM 15 Ago 2024

Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua/IBGE) para o Espírito Santo, referentes aos meses de abril, maio e junho de 2024, divulgados no dia 15 de agosto, mostraram que a taxa de desocupação no estado ficou em 4,5% no período — patamar abaixo da média registrada no país (6,9%). 

O indicador, que mede o desemprego no estado, caiu 1,9 ponto percentual frente ao mesmo trimestre de 2023, quando a taxa de desocupação do Espírito Santo foi de 6,4%. Na comparação entre o 1º trimestre e o 2º trimestre de 2024, a taxa de desocupação do estado registrou queda de 1,4 p.p.

A taxa de desocupação do Espírito Santo foi a menor da região Sudeste e a 7ª menor entre os estados brasileiros no segundo trimestre de 2024. As menores taxas de desocupação foram as de Santa Catarina (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,3%). Já as maiores foram registradas por Pernambuco (11,5%), Bahia (11,1%) e Distrito Federal (9,7%).

Com a taxa de desocupação em 4,5% no 2º trimestre de 2024, o Espírito Santo registrou a menor taxa desde início da pesquisa, em 2012.

A taxa de subutilização, que compreende as pessoas desocupadas, subocupadas[1] e na força de trabalho potencial[2], retrata de forma mais ampla a disponibilidade de mão de obra não absorvida ou parcialmente absorvida pelo mercado de trabalho. A taxa de subutilização do Espírito Santo atingiu 9,1% no 2º trimestre de 2024, com uma redução de 2,0 p.p. em relação ao 1º trimestre de 2024. Quando comparado com o 2º trimestre de 2023 (12,4%), esse indicador registrou uma queda de 3,2 p.p.

População ocupada

No 2º trimestre de 2024, o nível de ocupação, que é a proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade ativa, registrou aumento de 2,6 p.p. em relação ao mesmo trimestre do ano anterior e ficou em 61,8% no Espírito Santo. Esse nível representou cerca de 2,1 milhões de pessoas ocupadas, contingente 5,4% maior ao do 2º trimestre de 2023 (108 mil pessoas a mais). Já em relação ao 1º trimestre de 2024, houve aumento de 2,3% da população ocupada do estado (48 mil pessoas a mais).

Na passagem do 1º trimestre de 2024 para o 2º trimestre de 2024, o aumento no número de ocupados foi mais expressivo no setor de outros serviços (+13,5%), indústria geral, exceto construção (9,5%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,9%), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,9%), agricultura, pecuária, produção florestal e aquicultura (1,6%), construção (1,3%) e serviços domésticos (1,1%). Já os setores que registraram queda no número de ocupados foram: alojamento e alimentação (-6,5%), transporte, armazenagem e correio (-6,4%) comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-0,2%).

Rendimento

Em relação à massa de rendimento mensal das pessoas ocupadas, houve um aumento de 11,9% no 2º trimestre de 2024, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, totalizando R$ 6,5 bilhões no Espírito Santo. Já em relação ao 1º trimestre de 2024, a massa de rendimento real cresceu 4,0%.

O rendimento médio mensal real dos trabalhadores foi de R$ 3.197,00 no 2º trimestre de 2024, aumentando 5,9% em relação ao mesmo trimestre de 2023 e 1,3% ante ao 1º trimestre desse ano.

Para o Brasil, o rendimento médio real mensal habitual foi de R$ 3.214,00 no 2º trimestre de 2024. Este resultado apresentou um aumento de 5,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$3.027,00) e crescimento de 1,8% em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$3.158,00).

Informalidade

A taxa de informalidade, que representa a parcela dos trabalhadores ocupados no setor informal em relação ao total da população ocupada, chegou a 39,4% no Espírito Santo no 2º trimestre, uma elevação de 1,1 p.p em relação ao 2º trimestre de 2023. Com esse resultado, a taxa de informalidade capixaba ficou da média nacional (38,6%).

Os estados com as maiores taxas de informalidade foram Pará (55,9%), Maranhão (55,7%) e Piauí (54,6%). Por outro lado, Santa Catarina (27,1%), Distrito Federal (29,8%) e São Paulo (31,2%) registraram as menores taxas para o 2ª trimestre de 2024.

 


[1] Pessoas ocupadas que trabalhavam menos de 40 horas e estavam disponíveis e gostariam de trabalhar mais horas que as habituais.

[2] Pessoas que no período de 30 dias desistiram de procurar trabalho, mas gostariam de trabalhar ou que procuraram trabalho, mas não poderiam trabalhar devido a algum impedimento.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Marcos Morais

Graduado em Ciências Econômicas pela UFRRJ e mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência do Observatório da Indústria. Possui interesse na área de finanças públicas e temas conjunturais.