Taxa de desocupação no ES foi de 9,8% no 4º trimestre de 2021, a menor desde 2015

O IBGE divulgou em 24 de fevereiro de 2022 o resultado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-Contínua) para o Espírito Santo, referente aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2021.

PUBLICADO EM 24 Fev 2022

Desocupação

No 4º trimestre de 2021, o Espírito Santo apresentou a menor taxa de desocupação (9,8%) desde o 4º trimestre de 2015 (9,2%). O resultado confirmou a tendência de queda da taxa observada a partir do último trimestre de 2020, após expressivo crescimento no 3º trimestre daquele ano, quando chegou a atingir 14,2%, por impacto das medidas de distanciamento social para controle da pandemia da Covid-19. No 4º trimestre de 2021, cerca de 214 mil pessoas estavam desocupadas no estado, 24,2% a menos do que o registrado no 4º trimestre de 2020.

Entre os estados, o Espírito Santo foi o 11º estado com menor taxa de desocupação. A menor taxa foi registrada em Santa Catarina (4,3%) e a maior taxa foi registrada no Amapá (17,5%), seguido pela Bahia (17,3%).

Para o Brasil, a taxa de desocupação trimestral reduziu pela terceira vez consecutiva, atingindo 11,1% no 4º trimestre de 2021.

Seguindo a mesma tendência da taxa de desocupação, a taxa de subutilização¹ da força de trabalho do Espírito Santo registrou 19,6% no 4º trimestre de 2021, completando o terceiro trimestre consecutivo de queda. Apesar de seguir alta, este foi o menor valor desde o início da pandemia. Para o Brasil, a taxa de subutilização da força de trabalho foi maior, de 24,3%, recuando também por três trimestres consecutivos.

Ocupação

No 4º trimestre de 2021, o nível de ocupação (total pessoas ocupadas sobre o total da população em idade ativa) no Espírito Santo ficou em 65,4%. Para o Brasil, este indicador segue em nível menor, 55,6%.

Na comparação do 4° trimestre de 2021 em relação ao 4º trimestre de 2020, o crescimento no total de ocupados foi de 8,0%. Esse crescimento foi influenciado, principalmente, pelo aumento no número de empregador sem CNPJ (26,3%), empregado no setor privado sem carteira (22,7%), trabalhador doméstico sem carteira (22,5%) e trabalhador doméstico com carteira (20,0%). Os ocupados no setor privado com carteira assinada cresceram 12,0%.

Em relação aos setores que mais ampliaram o número de ocupados no estado na comparação interanual, destacam-se os serviços de transporte, armazenagem e correio (36,4%) e os serviços domésticos (23,8%). No setor de construção o aumento foi de 12,7% e na indústria geral, o crescimento foi de 2,9%.

No Brasil, o total de ocupados cresceu 9,8% no 4º trimestre de 2021 em relação a igual trimestre de 2020. Entre as categorias de emprego, destacam-se as altas de 22,1% nas ocupações de trabalhador doméstico, de 13,1% nas ocupações por conta-própria e de 11,5% nas ocupações no setor privado. Entre os setores, os destaques foram a expansão de 23,9% nos serviços de alojamento e alimentação, de 21,7% em serviços domésticos e de 17,4% na construção.

Remuneração do trabalho

O rendimento habitual médio de todos os trabalhos dos ocupados no Espírito Santo foi de R$ 2.481 no 4º trimestre de 2021, o que representa redução de 1,8% frente ao 4º trimestre de 2020. Isso indica que, apesar do aumento da ocupação, o rendimento médio dos trabalhadores do Espírito Santo reduziu. Para o Brasil, a redução do rendimento de todos os trabalhos foi maior (-10,7%), atingindo R$ 2.447.

Alguns números de 2021

  • O país fechou 2021 com uma taxa de 13,2% de desocupação, enquanto o Espírito Santo apresentou uma taxa de desocupação menor, de 11,1%.
  • Em 2021, na análise interanual, a força de trabalho capixaba, composta pela população ocupada e desocupada, cresceu 2,4%, após queda de 4,0% em 2020. Contudo, apesar do crescimento ainda não houve uma recomposição total desta força de trabalho, visto que a mesma se encontra 1,6% abaixo do nível anterior à pandemia (2019). Isto porque, apesar do total de desocupados no ES estar 1,8% abaixo do total de 2019, ou seja, ter menos pessoas desempregadas do que antes da pandemia, o total de ocupados ainda está 1,6% abaixo do registrado em 2019.
  • O rendimento mensal per capita do Espírito Santo foi de R$ 1,295, em 2021. Para o Brasil este valor foi de R$ 1.367, 5% superior ao do estado. O estado ficou na 10º posição entre as unidades da federação com maior renda per capita. Nas três primeiras posições ficaram o Distrito Federal (R$ 2.513), São Paulo (R$ 1.836) e Rio Grande do Sul (R$ 1.787). Apresentaram os menores valores Maranhão (R$ 635) e Alagoas (R$ 777).

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Suiani Febroni

Economista graduada na UFES e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp. Possui experiência em manipulação e análise de dados e indicadores, análises quantitativas e em temas relacionados à atividade econômica, mercado de trabalho e educação.