TENDÊNCIAS #OIL&GAS 4: descomissionamento de plataformas

O setor de Petróleo e Gás Natural (P&G) brasileiro passa por um novo momento em seu desenvolvimento: o amadurecimento de algumas bacias sedimentares nacionais e o envelhecimento das instalações de produção. Essa etapa final da cadeia de P&G é conhecida como descomissionamento.

O que é o descomissionamento?

Corresponde ao conjunto de atividades associadas: i) à interrupção definitiva da operação das instalações; ii) ao abandono permanente e arrasamento de poços; iii) à remoção de instalações; iv) à destinação adequada de materiais, resíduos e rejeitos; e iv) à recuperação ambiental da área. 

Esse processo ocorre quando há: a devolução de áreas à ANP por falta de inviabilidade econômica na exploração e produção de P&G, devido ao término do contrato de concessão; ou motivado por projetos de revitalização dos campos de petróleo e gás. Nesse último caso, as unidades são desativadas para que outras as substituam, proporcionando o aumento do fator de recuperação do campo.

Tendência para os próximos anos:

De 2015 a 2018, a ANP aprovou 26 Programas de Desativação de Instalações (PDIs) no Brasil. 

Em 2019, essa agência aprovou 5 PDIs offshore: três plataformas fixas no campo Cação da bacia do Espírito Santo; FPSO Brasil no campo de Roncador da bacia de Campos (divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo); FPSO Marlim Sul na bacia de Campos (estado do Rio de Janeiro). Nesse ano, estavam em análise 6 PDIs na ANP. Outros 10 estão previstos, entre eles está a FPSO Capixaba (Cacholote – Baleia Franca).

Além disso, 15% das plataformas brasileiras possuem entre 15 a 25 anos e 44% têm mais de 25 anos.

HÁ OPORTUNIDADES NO ESPÍRITO SANTO:

No Plano Estratégico 2020-2024, a Petrobras prevê um dispêndio de US$ 6 bilhões em projetos descomissionamento até 2024 no país. Para 2020, a empresa projeta uma despesa de US$ 0,5 bilhão para desativar sete unidades de produção offshore, três delas estão situadas na bacia do Espírito Santo (Cação 1, 2 e 3). Em 2022, a empresa planeja o descomissionamento da plataforma FPSO Capixaba do campo de Jubarte que custará US$1,1 bilhão.

Plano de ações até 2035:

A Rota Estratégica para o futuro da Indústria do Espírito Santo: Petróleo e Gás 2035, no âmbito do projeto Indústria 2035 da Findes, possui um conjunto de ações que irão auxiliar a atuação da cadeia fornecedora capixaba de P&G na etapa do descomissionamento de instalações. O lançamento desse documento está previsto para março/2020.

Mudanças regulatórias:

Uma proposta de regulamentação associada ao descomissionamento de instalações está em Consulta Pública na ANP. Trata-se de uma revisão das Resoluções ANP nº 27/2006, nº 28/2006 e nº 25/2014. A Audiência Pública foi realizada no dia 08 de janeiro deste ano. 

    Esse conteúdo faz parte da série TENDÊNCIAS #OIL&GAS. O conteúdo anterior da série pode ser acessado clicando em TENDÊNCIAS #OIL&GAS 3

    TENDÊNCIAS #OIL&GÁS é uma série semanal com 5 novos olhares para a indústria do petróleo. A tendência da semana que vem é sobre a monetização do Gás Natural extraído no pré-sal.

Em breve o Ideies  disponibilizá neste site a 3º edição do Anuário da Indústria do Petróleo no Espírito Santo. O lançamento da versão impressa acontecerá no mês de março.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Thais Mozer

Graduação em Ciências Econômicas e Mestrado em Economia pela UFES, na linha de pesquisa de Economia Industrial. Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Econômico.