BIC de agosto analisa os principais indicadores conjunturais da indústria referentes ao 1º semestre de 2022

PUBLICADO EM 30 Ago 2022

O desempenho econômico do 1º semestre do ano foi marcado pela aceleração inflacionária global e pelas revisões de expectativas para o crescimento econômico mundial de 2022.  No que diz respeito ao setor industrial, as pressões inflacionárias repercutiram negativamente sobre o IPP, o Índice de Preço ao Produtor, e sobre as importações industriais.

O IPP, que mensura os preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem imposto e frete, atingiu 10,1% no acumulado do ano, a segunda maior taxa brasileira para o período na série histórica iniciada em 2014. Na indústria extrativa, os preços do setor registraram aumento de 26,9% no acumulado do ano. Esse resultado está em linha com a variação dos preços do petróleo e do minério de ferro no mercado internacional. Já os preços na indústria de transformação variaram, em média, 9,2%. Esse resultado foi influenciado pela inflação no setor de refino de petróleo e biocombustíveis (31,5%), alimentos (7,8%) e outros produtos químicos (8,3%).

A Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de junho de 2022, vem mostrando que, desde o início da pandemia, a falta ou alto custo de matérias-primas ocupa a primeira posição do ranking dos problemas enfrentado pelos industriais brasileiros. Além desse, outras questões que passaram a receber uma maior atenção dos empresários industriais, e o que tem se destacado são as “taxas de juros elevadas”.

Em virtude da guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços das commodities energéticas atingiram patamares históricos ao longo do 1º semestre deste ano, muito embora tenham apresentado tendência de reversão a partir de maio. Por essa razão, as importações do Espírito Santo foram muito impactadas pelos aumentos dos preços internacionais.

As importações da indústria capixaba totalizaram US$ 4,7 bilhões, o que representa um acréscimo de 64,0% sobre o valor importado no 1º semestre do ano passado. Em termos de quantidade, o crescimento das importações do setor industrial foi de 17,7%. Especificamente na extrativa, os preços aumentaram 314,8% na comparação com o importado no 1º semestre de 2021 (US$ 310,8 milhões), enquanto as quantidades subiram 24,3%.

Em decorrência do choque de oferta causado pela guerra russo-ucraniana, da elevação dos preços das principais commodities energéticas e alimentícias, de lockdowns em cidades chinesas, da inflação global disseminada e do consequente aperto monetário, aumentou-se a percepção de perda de fôlego da atividade econômica nos países centrais e emergentes.

Nesse contexto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que a materialização dos riscos apontados piora o cenário prospectivo para o restante de 2022. Em meio aos resultados de baixo crescimento apresentados pelos Estados Unidos, países da Área do Euro e da China no 2º trimestre de 2022, o Fundo reduziu 0,4 p.p a projeção de crescimento da economia mundial este ano, para 3,2%. 

Ainda nesta edição do BIC, a Carta de Abertura aborda a queda para 8,0% no nível de desemprego do ES, com o aumento para 2 milhões de pessoas ocupadas, de acordo com os dados da PNAD-C referentes ao 2º trimestre de 2022. Conclui-se que ainda há espaços para melhoria no mercado de trabalho capixaba, com o aumento da população que compõe a força de trabalho e com incremento nos rendimentos do trabalhador. 

Clique aqui para acessar a íntegra do Boletim da Indústria Capibaxa de agosto de 2022.

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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Jordana Teatini

Economista pela UFJF, mestre em Economia pela UFES. Atua como Analista de Estudos e Pesquisa na Gerência de Estudos Econômicos, realizando análises conjunturais e pesquisas com foco nas áreas de Economia Industrial e Inovação.