Perspectivas e desafios da Educação Superior

Este mês, o Educação em Foco se volta para o ensino superior, sua evolução e as transformações em andamento.

PUBLICADO EM 30 Nov 2023

Através do acesso ao ensino superior, os estudantes ganham exposição a uma variedade de ideias, culturas e perspectivas, essenciais para a construção de uma sociedade mais inclusiva e tolerante. Além disso, a formação superior proporciona melhores oportunidades e uma maior conscientização sobre direitos e deveres cívicos.

Entretanto, condições socioeconômicas muitas vezes dificultam esse acesso, afastando dessa oportunidade muitos indivíduos que desejam ingressar no ensino superior. O desafio, portanto, é tornar o ensino superior cada vez mais acessível, sem comprometer a qualidade. No Brasil, a trajetória do ensino superior é marcada por expansões significativas e reformas educacionais, reflexo das dinâmicas sociais e econômicas do país, além de uma crescente democratização do acesso à educação.

Nos últimos anos, houve uma tendência ascendente no número de matrículas, impulsionada por políticas educacionais importantes como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), o Exame Nacional de Cursos (EAC), o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Programa Universidade para Todos (PROUNI) e o Novo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Essas políticas são fundamentais, visto que apenas 23% dos brasileiros entre 25 e 34 anos concluíram o ensino superior, um número significativamente abaixo da média de 47% dos países membros da OCDE.

Em especial no ano de 2022, o cenário da educação superior no Brasil foi marcado por um aumento substancial nas matrículas, com predominância das instituições privadas. O número de estudantes quase alcançou a marca de 10 milhões, dos quais mais de 7,3 milhões estavam matriculados em instituições privadas. Esse crescimento de 6,6% em 2022 reforça a predominância de 78% das instituições privadas no sistema educacional superior.

Apesar do aumento no acesso ao ensino superior, emergem desafios relacionados à retenção e conclusão dos cursos. Além disso, a pandemia de COVID-19 impulsionou uma rápida transição para o ensino à distância (EAD), apresentando desafios adicionais em termos de qualidade e adaptação tecnológica.

No Espírito Santo, o ensino presencial ainda é a modalidade mais popular, com 52% do total de matrículas. Do total de estudantes, 82% estão matriculados na rede privada. O estado conta com 147 instituições de ensino superior, públicas e privadas, somando aproximadamente 175 mil matrículas. Os cursos mais procurados são administração, pedagogia, direito e enfermagem, representando cerca de 26% do total de matrículas.

Diante desse cenário, surge a necessidade de modernizar currículos e integrar novas tecnologias, em resposta a um mercado de trabalho que se transforma rapidamente e exige novas habilidades. Contudo, a transformação do ensino superior no Brasil requer um esforço coletivo, envolvendo governo, instituições educacionais, setor privado e sociedade.

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Boa leitura!"

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Igor Machado Torres

Graduado em Ciências Econômicas, Mestre em Economia Aplicada e Doutorando em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Atua como Especialista na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas.