Utilização da Capacidade de Operação do setor da Construção recua 5,0 pontos percentuais e atinge 56% em março de 2021

PUBLICADO EM 29 Abr 2021

Em março de 2021, a pesquisa Sondagem Indústria da Construção para o Espírito Santo mostrou que a Utilização da Capacidade de Operação (UCO) do setor da construção registrou 56%, após recuo de 5,0 pontos percentuais (p.p.) frente a fevereiro. Com essa queda, a UCO do estado se localiza abaixo de sua média histórica (60%). Cabe destacar que esse percentual é o menor desde abril de 2020, quando o setor sofreu forte impacto decorrente da crise gerada pela pandemia de Covid-19. 

O indicador de nível de atividade recuou 2,3 pontos, atingindo 40,9 pontos, menor percentual para o ano. Já o indicador de número de empregados apresentou um recuo maior (-6,6 pontos) e atingiu 42,4 pontos. 

Análise trimestral

No primeiro trimestre de 2021, os indicadores de condições financeiras apresentaram forte piora em relação ao 4º trimestre de 2020. Assim, os índices de margem de lucro operacional (30,5 pontos) e situação financeira (38,1 pontos) mostram maior insatisfação dos empresários capixabas da construção quanto à condição financeira de suas empresas. O indicador de acesso ao crédito recuou 8,3 pontos e alcançou 25,5 pontos. Com isso, o índice atingiu o menor patamar da série histórica, sinalizando dificuldade para obtenção de crédito.

No trimestre, a falta ou alto custo da matéria prima foi o problema mais relatado pelos industriais da construção, com 55% de assinalações. Em seguida, demanda interna insuficiente, elevada carga tributária e inadimplência dos clientes foram relatados por 30% das empresas pesquisadas como problema no 1º trimestre do ano.   

Expectativas

Em relação às expectativas para os próximos seis meses, os indicadores de expectativas para o nível de atividade (49,4 pontos) e compras de insumos e matérias-primas (46,4 pontos) cresceram 1,8 e 2,6 pontos entre março e abril de 2020, recpectivamente. Mesmo com o aumento, os indicadores se mantêm abaixo da linha divisória dos 50 pontos, indicado pessimismo. Já os índices de expectativas quanto a novos empreendimentos e serviços (46,2 pontos) e número de empregados (45,5 pontos) recuaram em relação a março, permanecendo abaixo da linha divisória dos 50 pontos. 

O índice de intenção de investimentos na indústria da construção recuou de 44,0 para 36,8 pontos entre março e abril de 2021, se localizando 2,5 pontos acima da sua média histórica (34,3 pontos).

A Sondagem Indústria da Construção é uma pesquisa de opinião, e seu objetivo é acompanhar o desempenho e as perspectivas do setor, gerando indicadores de tendência passada e futura e de satisfação, que permite a empresários e analistas econômicos acompanhar a evolução recente da indústria.

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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Graduado em economia pela UFES. Atua como analista de estudos e pesquisas na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas. Responsável pela execução de pesquisas primárias, criação e manipulação de bases de dados, e no auxílio em estudos econômicos-conjunturais.