Cerca de 3 mil empregos formais foram criados no ES em junho de 2022

O ministério do Trabalho e Previdência divulgou nesta quinta-feira (28/07/2022) as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de junho de 2022.

PUBLICADO EM 28 Jul 2022

De acordo com os dados do Novo Caged, o mercado de trabalho capixaba registrou saldo positivo de 2.947 postos formais em junho de 2022. O número de admitidos no mês foi de 39.028, enquanto os desligados somaram 36.081.

Com as novas vagas criadas em junho, o Espírito Santo encerra o primeiro semestre do ano criando empregos formais em todos os meses, acumulando um total de 32.482 novas vagas de emprego nos seis primeiros meses do ano, o que representa um aumento de 4,20% no total de empregos formais frente a 2021.

Para o Brasil, o saldo de empregos formais foi positivo em 277.944 em junho de 2022 e no acumulado no primeiro semestre, o mercado de trabalho formal brasileiro abriu 1.334.791 vagas. Em junho, os estados brasileiros que lideraram a criação de vagas foram São Paulo (+80.267), Minas Gerais (+31.092) e Rio de Janeiro (+22.922).

Análise setorial

No Espírito Santo, quatro dos cinco grandes setores econômicos apresentaram abertura de vagas celetistas em junho: serviços (+2.470), comércio (+1.001), indústria (+457) e construção (+202). O setor agropecuário, por sua vez, perdeu 1.183 postos de trabalho no mês.

O resultado negativo na agropecuária é justificado pelo fim do período de colheita de café no estado, uma vez que a atividade de cultivo do grão foi responsável pelo fechamento de 1.148 vagas celetista em junho.

O setor de serviços foi o que mais contratou em junho, sendo beneficiado, principalmente, pelas vagas abertas nas atividades de transporte terrestre (+425), serviços de escritório e apoio administrativo (+273) e alojamento e alimentação (+195). No comércio, a abertura de vagas foi mais intensa nas atividades de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (+99), comércio varejista de produtos alimentícios (+89) e hipermercados e supermercados (+80).

Já o setor industrial foi positivamente impactado pelas atividades da indústria da transformação, que juntas criaram 315 novos postos de trabalho formal no mês. Com mais de 100 postos gerados, as atividades da indústria da transformação que se destacaram no mês foram fabricação de produtos alimentícios (+224), fabricação de veículos automotores, reboques e carroceria (+173) e fabricação de produtos de minerais não-metálicos (+109). Em junho, as atividades de saneamento também contribuíram positivamente (+162) com as vagas abertas na indústria.

Municípios do ES

Entre os 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, foi observado criação de emprego formal em 17 deles no mês de junho. Os municípios com o maior número de novas contratações foram Vitória (+1.063), Serra (+876) e Vila Velha (+434). Nos três municípios, o setor de serviços foi predominante na abertura de vagas, criando 573 postos em Vitória, 384 vagas em Serra e 304 empregos formais em Vila Velha.

Em contrapartida, os municípios de Aracruz (-533), Sooretama (-446) e Jaguaré (-314) registraram as maiores perdas de vagas celetistas em junho de 2022. Em Aracruz, o setor de construção foi responsável pela maior parte do fechamento de vagas no mês (-313). Já em Sooretama e Jaguaré, o principal motivo do saldo negativo de empregos em junho foi o fechamento de postos formais no cultivo de café, que encerrou 457 e 313 empregos, nessa ordem.

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.



Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Graduado em economia pela UFES. Atua como analista de estudos e pesquisas na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas. Responsável pela execução de pesquisas primárias, criação e manipulação de bases de dados, e no auxílio em estudos econômicos-conjunturais.