Espírito Santo inicia 2023 com abertura de 1,7 mil vagas com carteira assinada

O ministério do Trabalho e Previdência divulgou, na quinta-feira (09/03/2023), as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de janeiro de 2023.

PUBLICADO EM 09 Mar 2023

Os dados do Novo Caged para o Espírito Santo mostraram criação de 1.674 postos formais em janeiro de 2023, resultado da diferença entre 39.621 admitidos e 37.947 desligados. Com este resultado, o estoque de postos formais no estado totalizou 818.232 vínculos ativos em janeiro, o que representa uma ampliação de 0,21% frente a dezembro.

No Brasil, o saldo também foi positivo, de 83.297 novas vagas celetistas em janeiro, fruto da movimentação entre 1.874.226 admitidos e 1.790.929 desligados. Os estados com os maiores números de vagas criadas no mês foram São Paulo (+18.663), Santa Catarina (+15.727), Mato Grosso (+13.715), Rio Grande do Sul (+10.073) e Goiás (+10.037).

Análise setorial

No mês de janeiro, quatro dos cinco grandes setores de atividade econômica contribuíram para o saldo positivo de postos no Espírito Santo. O setor da construção foi o responsável pela maior criação de empregos formais no mês, com abertura de 1.206 vagas, distribuídas, majoritariamente, nos serviços especializados para construção (+628). Contribuíram também os setores de serviços (+895), a indústria (+509) e a agropecuária (+40). Por sua vez, o setor de comércio fechou 976 vínculos formais em janeiro.

O setor de serviços, o segundo em abertura de postos celetistas, foi positivamente influenciado pela atividade de administração pública, defesa e seguridade social, a qual criou 656 vagas formais no mês.

Na indústria, o destaque foi para a indústria de transformação (+522), principalmente as atividades de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+304) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+302), que juntas foram responsáveis pela maior parte das vagas criadas no mês. Por outro lado, entre as atividades que encerraram vagas, os maiores saldos negativos foram observados em fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-225) e fabricação de produtos alimentícios (-100).

O fechamento de postos formais no setor de comércio foi justificado pelo comércio varejista, que encerrou 1.405 vínculos celetistas no mês, sobretudo no varejo de artigos do vestuário e acessórios (-516) e hipermercados e supermercados (-255). 

Municípios dos ES

Na análise dos 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, foi observado que 11 deles apresentaram saldo positivo de empregos formais em janeiro, com os maiores saldos registrados nos municípios de Serra (+706), Vitória (+603) e Aracruz (+523).

Os setores predominantes nestes municípios foram: construção, em Serra (+344), com destaque para os serviços especializados para construção (+177); serviços, em Vitória (+498), principalmente nas atividades de organizações associativas (+138); e indústria, em Aracruz (+261), com maior saldo observado nas atividades de fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+91).

Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.



Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged

De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.

O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.

A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Sara Sarandy

Bacharel e licenciada em Ciências Biológicas pela FAESA. Graduanda em Ciências de Dados pela Uninter. Atua como Assistente de Estudos e Pesquisas na Gerência de Inteligência de Dados e Pesquisas. Responsável por auxiliar nas demandas de pesquisas primárias, coleta e tratamento de dados.