ES registrou abertura de 5 mil vagas com carteira assinada em abril
O ministério do Trabalho e Previdência divulgou na quinta-feira (06/06/2022) as informações do Novo Caged referentes à movimentação do mercado de trabalho formal no mês de abril de 2022.
De acordo com os dados de abril de 2022 do Novo Caged, o mercado de trabalho formal capixaba criou 4.999 postos com carteira assinada. Esse saldo foi fruto de 38.642 admissões e 3.643 desligamentos.
Com esse resultado, o Espírito Santo segue com abertura de vagas formais em todos os meses de 2022, acumulando 17.497 novas vagas nos quatro primeiros meses do ano. Assim, em abril, o estado registrou 791.299 vínculos formais de trabalho ativos, o que representou aumento de 0,64% em relação ao total de empregos registrados no mês de março e de 2,26% na comparação com o total de postos formais do final de 2021.
O Brasil registrou abertura de 196.966 empregos formais em abril e ampliou o saldo positivo do ano para 770.593 vagas criadas. O estoque de postos formais no Brasil totalizou 41,4 milhões em março de 2022, 1,89% a mais que o registrado no final de 2021.
Análise setorial
Em abril, no Espírito Santo, quatro dos cinco grandes setores da atividade econômica abriram postos. Criaram vagas os setores de serviços (+2.673), agropecuária (+1.011), indústria (+886) e comércio (+463). O resultado negativo do mês foi observado na construção, que fechou 34 vagas.
A abertura de novas vagas no setor de serviços foi influenciada pelos serviços de escritório, de apoio administrativo e outros serviços prestados às empresas (+1.072) e de seleção, agenciamento e locação de mão-de-obra (+528).
A criação de vagas na agropecuária teve impacto positivo do período de colheita do café, atividade de muita importância no estado. Assim, o cultivo de café abriu 471 postos.
Na indústria geral, a indústria da transformação criou 849 novos postos de trabalho, com abertura de vagas em 15 de suas 23 atividades. As maiores aberturas foram observadas em manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+273) e fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+210).
Para o Brasil, o único setor que fechou vagas foi a agropecuária (-1.021). Já serviços (+117.007), comércio (+29.261), indústria (+26.378) e construção (+25.341) registraram saldo positivo de empregos formais.
Municípios do ES
Na análise dos 25 municípios capixabas com mais de 30 mil habitantes, em 20 deles foram verificadas abertura de postos formais em abril de 2022. Os municípios que mais contrataram no mês foram Vila Velha (+873), Linhares (+857) e Vitória (+763). Nos três municípios, foi o setor de serviços que mais contribuiu para a geração de vagas, com abertura de 816 postos em Vila Velha, 656 vagas em Linhares e 388 vínculos de trabalho em Vitória.
Acompanhe mês a mês no painel abaixo, de forma dinâmica e interativa, a quantidade de empregados admitidos e desligados, além do saldo de postos de emprego com carteira assinada para o Espírito Santo e municípios do ES.
Diferenças metodológicas entre o Caged e o Novo Caged
De 1992 a 2019 as informações sobre o mercado de trabalho formal foram registradas e divulgadas como fonte pelo Caged. A partir de janeiro de 2020, estas passaram a ter como fonte o Novo Caged.
O Novo Caged conta com as informações do eSocial. O eSocial foi instituído em pelo Decreto nº 8.373, de 11 de dezembro de 2014, com objetivo de concentrar em um único sistema diversas informações de empresas e trabalhadores, unificando registros fiscais, previdenciários e trabalhistas. Além do eSocial, o Novo Caged incorpora imputação de dados que vem do antigo Caged e do Web empregador, para complementar informação de desligamento. É, portanto, mais abrangente do que o Caged que só concentrava informações de admissões e desligamentos sob o regime CLT.
A captação de registros de admissões e desligamentos pelo Novo Caged passou a ter maior cobertura, dado que, além dos empregados sob o regime CLT, passou a cobrir os trabalhadores temporários, trabalhadores avulsos, agentes públicos, trabalhadores cedidos, dirigentes sindicais, contribuintes individuais e bolsistas. Estes não eram registrados no Caged ou a declaração era opcional, como a de vínculos temporários, o que para o Novo Caged passou a ser obrigatória. Com estas modificações, o volume das movimentações captadas pelo Novo Caged tende a ser maior. Estas diferenças de captação prejudicam a comparação da série ao longo do tempo, a qual deve ser realizada com as devidas ressalvas metodológicas.
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Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria
Bruno Novais
Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).