Impulsionado pelos setores de construção e da indústria da tranformação, ES abre 6,8 mil postos formais em 2020

PUBLICADO EM 03 Fev 2021

Em ano marcado pelos efeitos adversos da pandemia, o Brasil encerrou 2020 com criação de 142.690 vagas formais. De janeiro a dezembro de 2020, dezenove dos vinte e seis estados brasileiros mais o Distrito federal apresentaram saldo positivo de postos formais.

O Espírito Santo foi o décimo segundo estado com maior criação de postos no ano, fechando 2020 com ampliação de 6.812 postos com carteira assinada, fruto da movimentação entre 300.038 admitidos e 293.226 desligados no período. Contudo, ainda que positivo, esse saldo foi 65% inferior ao registrado em 2019, quando o estado fechou o ano com a criação de 19.537 novos empregos. Para o Brasil, a diferença foi ainda maior, com redução de 78% em comparação ao saldo de 2019.

Análise setorial

Os postos de empregos criados no Espírito Santo em 2020 foram determinados pela recuperação de três dos cinco grandes setores econômicos, com expansão de vagas observadas, principalmente, na construção (+5.071) e na indústria geral (+4.089), que compreende indústria da transformação (+3.612), extrativa (+104), energia (+2) e saneamento (+371).

O desempenho da construção se destacou entre os setores econômicos, pois foi o que mais contribuiu para o saldo positivo de emprego formal capixaba. Com a abertura de 5.071 vagas formais em 2020, o setor de construção ampliou em 11,31% o total de empregos registrados no início de janeiro, com destaque para as atividades de serviços especializados para construção, as quais abriram 3.495 vagas no ano.

Na sequência, a indústria geral foi a segunda atividade com maior saldo de postos formais, criando 4.089 vagas de trabalho de janeiro a dezembro de 2020, ampliando em 3,17% o total de empregos registrados no início de janeiro. Esse saldo positivo foi influenciado, principalmente, pela abertura de 3.612 vagas na indústria da transformação. As atividades industriais com maior número de novas vagas no ano foram de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+1.723), fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+996). Em contrapartida, a confecção de artigos do vestuário e acessórios (-988) e preparação de couros e fabricação de artefatos de couros, artigos para viagem e calçados (-459) foram as atividades que mais reduziram vagas na indústria no período. O comércio (+1.722) também recuperou as perdas de 2020 encerrando o ano com leve alta de 0,89% do emprego com carteira assinada.

Já os setores de serviços (-3.350) e agropecuária (-720) não recuperaram as perdas de postos ocorridas durante a pandemia, reduzindo em 1,01% e 2,30%, respectivamente, o total de empregos registrados no início de janeiro de 2020. Nos serviços, a atividade de alojamento e alimentação, que foi bastante impactada pelas medidas de contenção à pandemia, apresentou a maior perda de postos (-4.655) no ano.

Abaixo, as atividades com maior contribuição na abertura de postos formais de trabalho em 2020:

Construção: 

  • Serviços especializados para construção (+3.495)

  • Obras de Infraestrutura (+1.838)

Indústria:

  • Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (+1.723)

  • Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (+996)

  • Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (+669)

  • Fabricação de móveis (+615)

Comércio:

  • Hipermercados e supermercados (+1.684)

A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho divulgou no dia 28 de janeiro de 2021 as informações do Novo Caged¹ referentes à movimentação do mercado de trabalho formal do mês de dezembro de 2020.

(1) Anos anteriores a 2020 são resultados do Caged e de 2020 em diante do Novo Caged. Houve mudança metodológica na coleta do Caged para o Novo Caged, informações adicionais podem ser consultadas em http://pdet.mte.gov.br/images/Novo_CAGED/Nota%20t%C3%A9cnica%20substitui%C3%A7%C3%A3o%20CAGED_26_05.pdf

 

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Bruno Novais

Economista e mestrando em Economia pela UFES. Atua no Observatório da Indústria como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Estudos Estratégicos (GEE).