Cenário de emprego melhora: Taxa de desocupação no ES fica em 6,4% no 2° trimestre

Taxa de desemprego recuou pela 11ª vez consecutiva conforme os resultados da Pnad-Contínua, divulgados pelo IBGE

PUBLICADO EM 15 Ago 2023

A taxa de desocupação do Espírito Santo foi de 6,4% no 2º trimestre de 2023, redução de 1,6 pontos percentuais (p.p) em relação ao mesmo período de 2022. Na comparação com o 1º trimestre do ano, o indicador recuou 0,6 p.p. e foi considerado estável pelo IBGE.

Esse novo recuo da taxa de desocupação da economia capixaba mantém a trajetória de queda observada desde o 3º trimestre de 2020, totalizando 11 recuos consecutivos, registrando a menor taxa desde 2015. Essa mesma tendência pode ser vista para o Brasil. A taxa de desemprego no país caiu 0,8 p.p., chegando a 8,0% ante ao primeiro trimestre deste ano e queda de 1,3 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2022.

Segundo os dados apresentados pelo IBGE, do primeiro para o segundo trimestre do ano, é possível observar uma tendência de queda em todas as unidades da Federação. As maiores taxas de desocupação entre os estados foram de Pernambuco (14,2%), Bahia (13,4%) e Amapá (12,4%), e as menores, de Rondônia (2,4%), Mato Grosso (3,0%) e Santa Catarina (3,5%). O Espírito Santo registrou a 10ª menor taxa desocupação (6,4%), abaixo da média do Sudeste (7,9%) e do Brasil (8,0%).

A taxa de subutilização, que compreende as pessoas desocupadas, subocupadas¹ e na força de trabalho potencial², retrata de forma mais ampla a disponibilidade de mão de obra não absorvida ou parcialmente absorvida pelo mercado de trabalho. A taxa de subutilização do Espírito Santo atingiu 12,4% no 2º trimestre de 2023, redução de 1,5 p.p. em relação ao 1º trimestre de 2023. Essa queda é ainda mais acentuada quando comparada com o mesmo trimestre de 2022 (16,3%), devido ao recuo de 4,0 p.p.

População ocupada

No 2º trimestre de 2023, o nível de ocupação, que é a proporção de pessoas ocupadas em relação a população em idade ativa, registrou alta de 0,8 p.p. em relação ao trimestre anterior, ficando em 59,2% no Espírito Santo. Esse nível representa cerca de 1,99 milhão de pessoas ocupadas, contingente 1,2% superior ao 1º trimestre de 2023.

O aumento no número de ocupados foi mais intenso nos setores da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (+8,5%) e construção (+5,4%), seguido por comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (+3,6%), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+3,1%), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (+2,0%) e  alojamento e alimentação (+0,1%). Já os setores que tiveram queda no número de ocupados foram: outros serviços (-8,4%), indústria geral (-7,1%), serviços domésticos (-5,4%) e transporte, armazenagem e correio (-2,0%).

Rendimento

Em relação à massa de rendimentos mensal das pessoas ocupadas, houve um aumento de 5,7% no segundo trimestre de 2023, na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, totalizando R$ 5,63 bilhões no Espírito Santo. Nessa mesma base de comparação, também se observou crescimento no rendimento médio real dos trabalhadores de 6,4%, atingindo R$ 2.904,00.

Para o Brasil, o rendimento médio real mensal habitual foi de R$ 2.921,00, com estabilidade frente ao primeiro trimestre de 2023 (R$ 2.923) e crescimento em relação ao mesmo período de 2022 (R$ 2.750).

Informalidade

A taxa de informalidade, que representa a parcela dos trabalhadores ocupados no setor informal em relação ao total da população ocupada, foi de 39,2% da população ocupada para o Brasil. Entre as unidades da federação, as maiores taxas ficaram com Pará (58,7%), Maranhão (57,0%) e Amazonas (56,8%) e as menores, com Santa Catarina (26,6%), Distrito Federal (31,2%) e São Paulo (31,6%). No Espírito Santo, a taxa de informalidade ficou em 38,3% da população ocupada no segundo trimestre de 2023, com queda de 0,5 p.p em relação ao primeiro trimestre e se mantendo abaixo da média nacional (39,2%).

                      

¹Pessoas ocupadas que trabalhavam menos de 40 horas e estavam disponíveis e gostariam de trabalhar mais horas que as habituais.

²Pessoas que no período de 30 dias desistiu de procurar trabalho, mas gostaria de trabalhar ou que procurou trabalho, mas não poderia trabalhar devido a algum impedimento.

Sobre o(a) editor(a) e outras publicações de sua autoria

Yuri Pimentel Coelho

Graduado e Mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atua como Analista de Estudos e Pesquisas na Gerência de Ambiente de Negócios. Possui interesse na área de Finanças Públicas e análise de dados conjunturais.